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Microtorrefações impulsionam mercado de cafés especiais em Minas, com aumento de 48% em novos negócios em 2025

  • gazetadevarginhasi
  • há 3 minutos
  • 2 min de leitura

Divulgação
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A busca por cafés de alta qualidade e com perfis sensoriais exclusivos vem transformando o mercado mineiro. Dados da Receita Federal mostram que, entre janeiro e agosto de 2025, Minas Gerais registrou a abertura de quase 50 novas empresas classificadas como “torrefação e moagem de café”, o que representa um crescimento de 48% em relação ao mesmo período de 2024. O estado soma atualmente 863 negócios neste segmento, sendo 728 microempresas e 135 empresas de pequeno porte.

O avanço é reflexo do interesse crescente dos produtores em agregar valor ao próprio grão e se conectar diretamente com o consumidor final. As microtorrefações realizam torras artesanais em pequena escala — microlotes de até 30 sacas —, priorizando o controle do processo e a valorização das características únicas de cada café. Para o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio, “o café não é mais uma commodity, ele tem uma história. E na microtorrefação, o movimento para construir esse storytelling é muito forte”.

A prática também reforça a importância das Indicações Geográficas (IGs), que reconhecem os fatores naturais e humanos que tornam os cafés de determinadas regiões únicos. Esse vínculo entre origem e sabor contribui para aproximar o público do produtor e fortalecer marcas locais.

Do pé à xícara: conhecimento e identidade
Os consumidores de cafés de microtorrefações valorizam rastreabilidade, sustentabilidade e notas sensoriais bem definidas. Para atender a essas exigências, os empreendedores precisam dominar técnicas de torra, operar maquinários e desenvolver o paladar. “É importante o investimento também em capacitação”, destaca Inácio.

Um exemplo é a produtora Ilma Rosa Franco, de 69 anos, que há oito anos atua na microtorrefação. “Percebi que poderia ser um bom negócio, porque muitas pessoas pediam para eu torrar o café. Consegui agregar uma média de 50% de valor ao produto e ter controle total sobre a qualidade, do plantio à xícara”, afirma.

À frente do Sítio Terra Nova, em Campestre, no Sul de Minas, Ilma produz cerca de 600 sacas por ano e comercializa 120 como café especial, com pontuação acima de 80 na escala da Specialty Coffee Association (SCA). Seu Café Rosa Franco é vendido por meio do WhatsApp, Instagram e em cafeterias. “Meu sucesso é resultado de muita capacitação. O Sebrae Minas é grande parceiro em diversos cursos, como o de torra, que abriu novos horizontes e fortaleceu nossa conexão com a Região Vulcânica”, relata.

Durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, Ilma participa do espaço Village Sebrae, onde pequenas torrefações exibem seus produtos e compartilham suas histórias. O analista do Sebrae Minas, Ivan Figueiredo, destaca que a qualidade do terroir regional tem estimulado os investimentos. “Em um concurso recente, registramos cafés da Região Vulcânica com pontuação acima de 90. Isso motiva os cafeicultores a investir na torra com o mesmo cuidado que têm com o cultivo, buscando nuances sensoriais específicas para entregar ao consumidor o sabor que desejam”, explica.

Gazeta de Varginha

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