Moradores do Alemão e da Penha protestam em frente ao Palácio Guanabara contra mortes em megaoperação no Rio
gazetadevarginhasi
há 6 dias
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fonte: o tempo
Moradores dos Complexos do Alemão e da Penha realizaram, na noite dessa quarta-feira (29), um protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, em repúdio à megaoperação policial que deixou mais de 120 mortos nas comunidades. Os manifestantes culparam o governador Claudio Castro, afirmando que o episódio representa uma “carnificina” e um “genocídio” contra a população negra e pobre.
Escoltado por policiais do Batalhão Tático Móvel, o grupo levou faixas com frases como “Estado genocida”, “Todas as vidas importam”, “150 mortes por uma guerra política” e “Castro assassino”. Bandeiras do Brasil com manchas vermelhas também foram exibidas em sinal de luto e indignação.
“Não é possível que esse governador não seja responsabilizado por tantas vidas. O que aconteceu dentro da comunidade foi um genocídio. Toda véspera de eleição, tem uma estratégia de entrar nas nossas comunidades, matar o nosso povo e causar o terror”, declarou Rute Sales, moradora e ativista negra.
O ato aconteceu momentos antes da reunião entre Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado e reforçar a integração entre as esferas federal e estadual. O comando será compartilhado entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o secretário estadual, Victor Santos.
Lewandowski afirmou ainda que o governo federal aumentará o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 agentes nas rodovias do estado e reforçará o número de profissionais de inteligência e peritos.
Mesmo diante das denúncias de execuções e torturas nas comunidades, Claudio Castro manteve o discurso de que a operação foi bem-sucedida. Segundo ele, o objetivo era dar um “duro golpe na criminalidade”, e as únicas vítimas dos confrontos teriam sido os quatro policiais mortos.
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