MP investiga leite adulterado com soda cáustica e água oxigenada; 'Mago do Leite' é preso
11 de dez. de 2024
Reprodução
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou nesta quarta-feira (11) a 13ª fase da Operação Leite Compensado, que investiga a adulteração de produtos lácteos com substâncias prejudiciais à saúde, como a soda cáustica. Entre os detidos está um químico industrial apelidado de "Mago do Leite".
Os criminosos também usavam água oxigenada na produção de leite UHT, leite em pó, soro e outros derivados. Além disso, foram encontrados "pelos indefinidos" e sujeira nas embalagens dos produtos, que estavam sendo fabricados em uma indústria no município de Taquara, no Vale do Paranhana.
Outras prisões ocorreram, incluindo a do diretor administrativo da empresa, de uma funcionária e de outro suspeito em São José do Rio Preto. Com o diretor, também foi apreendida uma arma de fogo com numeração raspada.
O "Mago do Leite", também chamado de "Alquimista", já havia sido alvo da 5ª fase da operação, em 2014, quando foi acusado de realizar adulterações em uma indústria no Vale do Taquari. O químico estava aguardando a instalação de uma tornozeleira eletrônica, conforme o MPRS.
Ele foi absolvido de uma condenação em 2005 por um crime semelhante e recebeu uma medida cautelar da Justiça em Teutônia, no Vale do Taquari. Durante esta fase, também foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em empresas e residências localizadas nos municípios de Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e na cidade de São Paulo.
A Operação Leite Compensado contou com a colaboração de diversas entidades, como o Ministério da Agricultura, a Receita Estadual, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o Ministério Público de São Paulo, a Polícia Civil e a Brigada Militar.
Após sete anos desde a última fase, a 13ª etapa foi desencadeada devido a novas denúncias. "A denúncia de 2024 confirmou um novo risco e, para nossa surpresa, lá estava o alquimista - ou mago do leite. Ele deveria estar usando tornozeleira eletrônica, deveria ter uma sentença relacionada à 'Leite 5'. Mas enquanto essas questões básicas não são resolvidas, ele continua adulterando leite e até aprimorando seus métodos", afirmou o promotor Mauro Rockenbach. A soda cáustica é utilizada para ajustar o pH do leite e reduzir sua acidez, desaparecendo rapidamente, o que dificulta sua detecção em análises.
"Já a água oxigenada é utilizada para eliminar micro-organismos e recuperar produtos deteriorados", explicou o promotor Luz Bastos da Silva Filho. Os produtos da empresa investigada são distribuídos em diversas partes do Brasil e até na Venezuela. Segundo o MPRS, a companhia participa de várias licitações em diferentes regiões do país para o fornecimento de laticínios, incluindo uma cidade no estado de São Paulo.
Os nomes dos suspeitos e da empresa não foram divulgados, e o espaço permanece aberto para manifestações.
Commenti