Nascimentos em queda: Brasil tem menor número de bebês desde 1976, revela IBGE
gazetadevarginhasi
há 2 dias
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Segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (16), o Brasil manteve em 2023 a trajetória de queda no número de nascimentos, registrando o quinto ano consecutivo de redução nesse indicador. Com base nas Estatísticas do Registro Civil, que utilizam informações de cartórios, foram contabilizados 2,523 milhões de crianças nascidas no ano passado — uma queda de 0,7% em relação a 2022 (2,542 milhões), ou seja, menos 19 mil nascimentos.
Ao descontar 5.228 registros residenciais ignorados ou atribuídos ao exterior, o número oficial de nascimentos em território nacional foi de 2,518 milhões. Esse resultado é o menor da série desde 2015, ano em que foi adotada a atual metodologia de estimativa de sub-registros, e também o menor desde o início da série histórica em 1974, ficando abaixo até mesmo de 1976, que havia registrado 2,649 milhões.
Os dados mostram que, em comparação com a média de 2015 a 2019 (2,868 milhões), o total de nascimentos de 2023 foi 12% menor. O IBGE destaca que, mesmo considerando que no passado havia mais sub-registros (por conta das mulheres terem mais filhos e o processo de registro ser mais complexo), a tendência atual de queda é consistente e preocupante.
Kívia Brayner de Oliveira, pesquisadora do IBGE, explicou que o fenômeno não é exclusivo do Brasil e tem sido observado em outros países. Ela destacou uma combinação de fatores para a queda: aumento da prioridade das mulheres ao estudo e trabalho, custos altos para criação de filhos, avanço dos métodos contraceptivos e o medo intensificado pela pandemia.
“As pessoas estão tendo cada vez menos filhos. No Censo, também observamos que a população está crescendo cada vez mais devagar”, disse. Ela ainda acrescentou que o clima de insegurança social e econômica influencia a decisão das famílias, com muitos adiando ou desistindo da maternidade.
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