Oito em cada dez mortes por síndromes respiratórias no Sul de Minas são de idosos, aponta Secretaria de Saúde
gazetadevarginhasi
11 de jul.
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Oito em cada dez mortes por complicações de síndromes respiratórias registradas no Sul de Minas envolvem pessoas com mais de 60 anos. É o que apontam dados recentes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. As regionais de saúde de Varginha e Pouso Alegre concentram a maior parte dos óbitos entre idosos.
A costureira Maria do Carmo Santos, moradora de Varginha, é um exemplo de quem enfrentou complicações respiratórias nos últimos meses. Diagnosticada com pneumonia, ela precisou se afastar do trabalho e segue em tratamento. “Passei internada na UPA, tive muita dor nas costas, muita falta de ar, muita canseira. Até para subir da minha casa, que é aqui pertinho da loja, a canseira já vinha”, relatou. O agravamento do quadro também atrasou sua vacinação contra a gripe. “Tomei da Covid e agora estou esperando liberar pra tomar a da gripe.”
Segundo o médico pneumologista Fábio Gomes, a síndrome respiratória pode ser causada por diferentes vírus, como influenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório e o próprio coronavírus. Os sintomas variam de tosse e febre a dor no corpo e garganta, podendo evoluir para quadros graves, como pneumonia, septicemia e até morte. “Entre os idosos, os sintomas são ainda mais severos, pois eles já têm a imunidade comprometida e, muitas vezes, convivem com doenças crônicas como enfisema, bronquite ou asma”, explicou.
O painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde mostra aumento expressivo nas mortes em 2024. Em Pouso Alegre, os óbitos por síndrome respiratória aguda grave entre idosos passaram de 19 no primeiro semestre de 2023 para 27 no mesmo período deste ano. Em Varginha, o salto foi ainda maior: de 22 para 44 mortes.
Para a coordenadora de imunização de Varginha, Luana Alves de Oliveira Teixeira, muitas dessas perdas poderiam ter sido evitadas com a vacinação em dia. “A vacina disponível atualmente protege contra três cepas da influenza: H1N1, H3N2 e influenza B. E justamente neste ano, a Fiocruz já comprovou que 74% dos casos de síndrome respiratória aguda grave estão sendo causados pela influenza A”, alertou.
As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação, principalmente entre os grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas, como medida eficaz de prevenção contra as formas mais graves da doença.
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