Otan alerta que Brasil pode sofrer sanções por continuar comprando petróleo da Rússia

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, advertiu em 15 de julho que o Brasil, junto com China e Índia, poderá enfrentar duras sanções secundárias se continuar comprando produtos como petróleo e gás da Rússia. Rutte falou em audiência no Congresso americano, um dia após Donald Trump anunciar novas armas para a Ucrânia e ameaçar aplicar tarifas de até 100% a compradores de exportações russas caso não haja um acordo de paz em 50 dias.

Rutte destacou que Brasil, China e Índia deveriam reconsiderar suas relações comerciais com a Rússia para evitar impactos econômicos severos. “Se você mora agora em Pequim, Nova Délhi ou é o presidente do Brasil, talvez queira ligar para Putin e pedir que ele leve a sério as negociações de paz, porque isso pode atingi-los com muita força”, disse.

Atualmente, o Brasil é um dos principais compradores de derivados de petróleo russos, sendo responsável por importar mais de 60% do óleo diesel vindo da Rússia. Essa dependência coloca o país em posição vulnerável às sanções prometidas pelos EUA e aliados.

O chefe da Otan também enfatizou que a Europa pretende fortalecer a posição da Ucrânia nas negociações de paz, enquanto os EUA, sob acordo com Trump, intensificarão o envio de armas ao país, incluindo mísseis e munições financiados pelos europeus.

Questionado sobre detalhes das armas que seriam enviadas à Ucrânia, Rutte limitou-se a dizer que o pacote é “tanto defensivo quanto ofensivo” e que ainda está sendo definido pelo Pentágono em cooperação com os ucranianos.