PF deflagra Operação Asylum contra esquema de envio ilegal de migrantes com uso de documentos falsos em MG

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A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (27), a Operação Asylum, que investiga um esquema de envio ilegal de migrantes ao exterior a partir do Leste de Minas Gerais. A investigação aponta que ao menos 65 pessoas foram enviadas para fora do Brasil com uso de documentos falsificados, especialmente boletins de ocorrência forjados que simulavam ameaças sofridas pelas supostas vítimas.

A ação é um desdobramento da Operação Trinta Réis, realizada em 2022, que já havia revelado práticas de promoção ilegal da migração na região do Vale do Rio Doce.

Durante aquela operação, a análise do celular de um dos investigados revelou a existência de boletins de ocorrência com fortes indícios de falsidade, usados para facilitar a entrada irregular de brasileiros nos Estados Unidos por meio da fronteira com o México.

Com base nas novas investigações, a PF descobriu que um contrabandista de pessoas, atuante no Vale do Aço, contava com o apoio de um agente público para emitir boletins de ocorrência ideologicamente falsos.

Os documentos eram registrados como se os migrantes fossem vítimas de ameaça no Brasil, recurso que era utilizado para tentar impedir a deportação dos mesmos ao chegarem no país de destino, alegando perseguição ou risco à integridade física.

A Justiça Federal de Governador Valadares autorizou três mandados de busca e apreensão, cumpridos nos municípios de Ipatinga e Tarumirim, em Minas Gerais, e Novo Repartimento, no estado do Pará. Além disso, foi determinado o sequestro de bens e valores até o limite de R$ 263.464,25, valor que a Polícia Federal estima como o lucro obtido pelo grupo com a operação criminosa.

Os investigados podem responder por promoção de migração ilegal, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas públicos e corrupção passiva. O material apreendido durante a operação está sendo analisado para identificar novos envolvidos, bem como para consolidar as provas já reunidas.