PL deve abrir processo para expulsar deputado que votou a favor de Janones
Lideranças do PL pedirão à Executiva Nacional do partido a abertura de um processo para expulsar da sigla o deputado Junior Lourenço (MA), único integrante do PL a votar nesta quarta-feira (5) pelo arquivamento de denúncia contra André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara.
Membros da cúpula do partido ouvidos na quinta (6) avaliaram o voto de Lourenço como “imperdoável” e que o posicionamento causou revolta dentro da bancada da sigla na Casa.
Segundo eles, Junior Lourenço traiu o partido, que articulava uma virada na votação para dar seguimento ao processo instaurado contra Janones pela suposta prática de “rachadinha”.
O processo contra Janones no Conselho de Ética da Câmara foi arquivado em uma sessão tumultuada e cheia de embates entre parlamentares do PL e da base governista.
O placar pelo arquivamento foi de 12 votos a 5. Dos cinco votos a que o PL tinha direito na votação desta quarta, quatro foram favoráveis ao seguimento do caso no órgão. Junior Lourenço foi o único a registrar voto a favor do arquivamento.
'Rachadinha'
Janones era alvo de uma denúncia apresentada justamente pelo PL, que pedia a sua cassação por uma possível quebra de decoro parlamentar.
A representação faz referência a uma gravação de áudio, datada de 2019, na qual o deputado mineiro diz a assessores que parte deles teria que devolver uma quantia do salário para abater um prejuízo na campanha eleitoral de 2016.
No documento que deu origem ao processo, aberto em dezembro passado, a sigla afirma que a prática atribuída ao deputado era “repulsiva” e “eticamente deplorável”.
A decisão de encerrar o caso no órgão seguiu o parecer do relator, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP).
Em seu parecer, Boulos disse que o caso não deveria prosseguir por tratar de “fatos ocorridos antes do início do mandato” atual de André Janones.
Adversário de Janones, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) já havia indicado, ainda na quarta, que Lourenço seria expulso do partido.
Lideranças da sigla, no entanto, garantem que o incômodo não foi apenas unilateral. A revolta, segundo eles, alcançou quase a totalidade da bancada na Casa, que havia fechado posicionamento contra o arquivamento do caso Janones.
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