Polícia Civil do RJ anuncia indiciamento de Oruam por ligação com Comando Vermelho e resistência à prisão

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira (22) que vai indiciar o rapper Oruam por ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Segundo o delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil, o artista impediu a apreensão de um menor foragido por roubo e associação ao tráfico que estava em sua casa no bairro do Joá, zona oeste do Rio.

Curi disse que o cantor será indiciado por desacato, dano ao patrimônio público, associação para o tráfico de drogas e resistência qualificada. De acordo com a polícia, fotos mostram Oruam na companhia de líderes do CV e ele próprio teria promovido a fuga de “Menor Piu”, de 17 anos, apontado como ladrão de carros e segurança do traficante Doca, chefe do tráfico no Complexo da Penha.

A confusão começou na noite de segunda-feira (21), quando policiais foram até a mansão do artista para prender o adolescente. Oruam e amigos xingaram os agentes e atiraram pedras, ferindo um policial e danificando a viatura. Durante a ação, o menor conseguiu escapar.

Horas depois, Oruam postou vídeos no Instagram pedindo ajuda para “defender” sua casa e, em seguida, apareceu no Complexo da Penha provocando os policiais. Essa já é a segunda vez que um foragido é encontrado em sua residência. Em fevereiro, outro traficante foi preso lá, portando armas ilegais.

Nos últimos dias também circulou um print de uma suposta chamada de vídeo em que Oruam aparece com Doca e um líder rival, levantando suspeitas sobre sua conexão com facções opostas.

Oruam, cujo nome verdadeiro é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é filho de Marcinho VP, um dos chefes do CV. Aos 24 anos, ele nega ligações com o crime e afirma que tudo o que conquistou foi “com a música”. O rapper tem mais de 10 milhões de ouvintes no Spotify e já foi alvo de críticas e projetos de lei para proibir shows de artistas que fazem apologia ao crime.

A defesa do artista ainda não se manifestou.