Polícia Civil prende 87 homens por violência doméstica em Minas Gerais
gazetadevarginhasi
há 8 minutos
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A Polícia Civil de Minas Gerais realizou, nesta última quarta-feira (19), uma grande operação de combate à violência doméstica em todo o estado, resultando na prisão de 87 homens acusados de crimes contra mulheres. Somente em Belo Horizonte, capital mineira, 29 suspeitos foram detidos. A ação mobilizou dezenas de equipes policiais e representa a segunda fase da Operação Amparo, que tem como objetivo responsabilizar agressores e garantir a proteção das vítimas.
Além das prisões, a operação também cumpriu 60 mandados de busca e apreensão, voltados a investigados por crimes relacionados à violência familiar e violência sexual. A maioria dos mandados se refere ao descumprimento de medidas protetivas previamente determinadas pela Justiça — prática que agrava o risco enfrentado por mulheres em situação de vulnerabilidade.
A operação não se limitou à capital. Também foram realizados mandados nas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Contagem, Betim, Sabará, Ibirité, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano. Nessas localidades, foram registradas diversas ocorrências de reincidência em casos de violência doméstica, fator que motivou a ação coordenada da polícia.
De acordo com a delegada-geral da Polícia Civil de Minas Gerais, Letícia Gamboge, a operação marca um esforço contínuo da instituição para garantir segurança às vítimas. “A Polícia Civil deflagrou hoje a segunda fase da Operação Amparo. A primeira foi em agosto, com o cumprimento de 104 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão, todos contra homens autores de atos de violência contra mulheres”, explicou. Ela também destacou a estrutura disponível para acolhimento: “Temos hoje 70 unidades especializadas de atendimento à mulher, e nosso foco é justamente dar resposta a esses crimes.”
Além das ações judiciais, os agentes também realizaram 351 visitas tranquilizadoras – iniciativa que tem como finalidade acompanhar o cumprimento das medidas protetivas e oferecer suporte direto às mulheres protegidas por decisão judicial.
Essas visitas são fundamentais para evitar novos episódios de violência e demonstrar a presença ativa do poder público na proteção das vítimas.
Letícia Gamboge também reforçou o papel da sociedade na denúncia de casos de agressão. “Queremos que as mulheres denunciem. Mas é igualmente importante que qualquer pessoa que tenha conhecimento de atos de violência contra mulheres também colabore com as denúncias, para que possamos agir antes que ocorram crimes mais graves, como o feminicídio”, alertou.
A operação também serve como marco inicial das ações alusivas aos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres em Minas Gerais. A campanha, que começa oficialmente nesta quinta-feira, 20 de novembro – Dia da Consciência Negra, vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Este ano, o foco da mobilização será a violência digital contra mulheres e meninas, uma forma crescente e silenciosa de agressão que exige novos mecanismos de enfrentamento.
A ação da Polícia Civil reforça a urgência de enfrentar a violência de gênero com firmeza, estrutura e políticas públicas eficazes — não apenas punindo agressores, mas também prevenindo novos ciclos de abuso e garantindo dignidade às vítimas.