Projeto quer que MG reforce divulgação de 'lista suja' do trabalho escravo
gazetadevarginhasi
13 de mar. de 2023
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O deputado estadual Betão quer que o governo de Minas Gerais reforce a divulgação do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo, também conhecido como Lista Suja do Trabalho Escravo.
Atualmente, a lista é divulgada pelo Ministério do Trabalho. O petista apresentou projeto de lei para obrigar que o governo de Minas Gerais também divulgue a lista relativa ao estado nos sites do Poder Executivo. Pela proposta, o governo teria prazo de 30 dias para atualizar o cadastro mineiro, a partir da divulgação dos dados pelo Ministério do Trabalho.
“É uma iniciativa que, além de dar publicidade a um crime que muitas vezes se fortalece por ficar oculto, também vai nos ajudar muito na Comissão do Trabalho da Assembleia porque Minas Gerais é o Estado que mais registra casos de trabalhadores em situação análoga à escravidão”, disse Betão, que é o presidente da Comissão do Trabalho na ALMG.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, 1.070 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados em 2022 em Minas Gerais. O número representa 41% dos 2.575 trabalhadores resgatados em todo o Brasil.
Em 2023, a fiscalização já resgatou pelo menos 44 trabalhadores em situação análoga à escravidão em quatro municípios de Minas Gerais. Na quinta-feira (9), a Polícia Federal prendeu duas pessoas que mantinham 20 trabalhadores nessa situação em fazendas na cidade de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e também no Espírito Santo.
Os presos responderão pelo crime de trabalho escravo e, se condenados, podem cumprir pena de até oito anos de prisão e multa, além de também responder pelo agravante do uso de violência, já que andavam armados para ameaçar os trabalhadores.
Já no dia 5 de março, uma operação resgatou três trabalhadores em uma fazenda no município de Bom Jardim de Minas, na Zona da Mata. A proprietária do local fechou acordo para pagar R$ 5 mil a título de indenização a cada trabalhador, mas também pode responder pelo crime de trabalho escravo se o Ministério Público decidir denunciá-la, segundo informações da Agência Brasil.
Já em Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, 13 trabalhadores foram resgatados em fevereiro em uma operação da Polícia Rodoviária Federal em conjunto com a Gerência do
Trabalho de Uberlândia.
Eles trabalhavam como operadores de motosserra e auxiliares para o corte de eucalipto em uma fazenda em Monte Alegre, mas não estavam formalmente contratados e não tinham direito ao 13º salário, férias remuneradas e recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Após a fiscalização, a empresa pagou R$ 95 mil entre verbas rescisórias e trabalhistas aos trabalhadores resgatados.
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