Retorno de Trump apresenta desafios comerciais para o Brasil, afirma professor
21 de jan.
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Em entrevista, o professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Lucas Leite, alertou para os potenciais impactos do discurso de posse de Donald Trump sobre o Brasil. Leite destacou que a ênfase do ex-presidente na soberania e nos interesses econômicos dos Estados Unidos pode influenciar diretamente a política externa brasileira.
O especialista ressaltou que o Brasil poderá enfrentar desafios significativos, especialmente no setor comercial. "É possível que haja um aumento nas tarifas de alguns produtos primários, como sucos de laranja, trigo em determinadas quantidades, e outros produtos do agronegócio, além do aço brasileiro, que tem uma grande competitividade com o aço americano", explicou.
Negociação como única soluçãoLeite enfatizou que a única opção viável para o Brasil minimizar os impactos seria negociar diretamente com Trump. "Os Estados Unidos são um dos grandes parceiros comerciais, tecnológicos, científicos, educacionais e culturais do Brasil", afirmou, lembrando que 2024 marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
O professor também mencionou o papel crucial da diplomacia brasileira nesse contexto. "A diplomacia brasileira, com sua longa tradição de atuar com cautela e profissionalismo, provavelmente continuará adotando essa abordagem", disse, sugerindo que o Brasil aguarde para entender os próximos movimentos de Trump antes de traçar estratégias mais definitivas.
Desafios na comunicaçãoLeite também alertou para possíveis tensões envolvendo questões de legislação e liberdade de expressão, especialmente no âmbito das redes sociais e das grandes empresas de tecnologia. Ele sublinhou a importância de uma comunicação clara entre os líderes e as chancelarias dos dois países para evitar mal-entendidos e conflitos.
Para finalizar, o professor destacou que o Brasil deve manter sua soberania enquanto busca equilibrar os interesses mútuos. "Precisamos manter os canais abertos para o comércio internacional e trabalhar para gerar estabilidade na América do Sul e nas Américas como um todo", concluiu.
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