STF autoriza novas diligências sobre esquema de vazamento no STJ
gazetadevarginhasi
14 de mai.
2 min de leitura
Divulgação
Zanin autoriza novas diligências em apuração sobre vazamento de informações no STJ.
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o avanço das investigações da Operação Sisamnes, que apura o suposto envolvimento de servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um esquema de vazamento de informações sigilosas e favorecimento a partes em processos que tramitam na Corte. A decisão do relator atendeu a pedido da Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Entre as medidas autorizadas estão buscas em endereços ligados aos investigados, apreensão de celulares, computadores e demais dispositivos de comunicação, além da quebra de sigilo de dados telemáticos, inclusive de conteúdos armazenados em nuvem.
O ministro também determinou medidas cautelares como o bloqueio de ativos financeiros, a proibição de contato entre os investigados e a restrição de saída do país. De acordo com Zanin, há indícios de simulação de operações comerciais, contratos de empréstimos e dívidas com o objetivo de ocultar a devolução de valores supostamente ilícitos, o que caracteriza possível prática de lavagem de dinheiro.
As investigações apontam a existência de uma estrutura financeira e empresarial voltada à ocultação de pagamentos de propinas. A Polícia Federal identificou quatro métodos principais de lavagem de dinheiro: movimentações em espécie, uso de contas de passagem, emissão de boletos sem respaldo financeiro e operações de câmbio paralelo via doleiros.
Ainda segundo a PF, os dados colhidos indicam transferências incompatíveis com os rendimentos oficiais de servidores públicos suspeitos de envolvimento no esquema.
O caso veio à tona após o assassinato do advogado Roberto Zampieri. O celular apreendido com a vítima revelou diálogos que sugerem acesso indevido a decisões judiciais sigilosas e possível influência em resultados de julgamentos no STJ. As investigações prosseguem sob sigilo.
Comments