Sul de Minas recebe Centro de Excelência em Cafeicultura com investimento de R$ 17 milhões
gazetadevarginhasi
há 15 horas
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A cafeicultura mineira acaba de conquistar um importante reforço com o lançamento do Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha, uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG). O projeto prevê um investimento de cerca de R$ 17 milhões e terá sede em Lavras, no Sul de Minas, uma das regiões mais tradicionais na produção de cafés especiais do país. A cerimônia de lançamento ocorreu nesta terça-feira (2/12), no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Juiz de Fora. Durante o evento, o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, Luiz Gustavo Cançado, destacou que o centro representa um marco estratégico para o estado, com foco no desenvolvimento sustentável, valorização regional e aprimoramento da qualidade do café. “Com esse aporte, espera-se impulsionar a produção de Minas, que hoje é um dos maiores exportadores de café do mundo”, afirmou. O centro será liderado pelo pesquisador Marcelo Ribeiro Malta, da Epamig, e terá como base as estruturas já existentes na cidade de Lavras, onde a empresa mantém campos experimentais de café voltados para melhoramento genético, validação de tecnologias e desenvolvimento de cultivares.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, ressaltou a importância do investimento para fortalecer uma cadeia produtiva que já se destaca internacionalmente. “Mesmo com os desafios, conseguimos aumentar o desempenho da cafeicultura neste ano, o que demonstra a força dos produtores e das estratégias adotadas. Esse novo centro vem coroar esse trabalho, agregando valor e ampliando a nossa competitividade no mercado mundial”, declarou.
O café de montanha, produzido em áreas de maior altitude, tem características únicas, ligadas ao terroir, clima e solo da região. Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, esse tipo de café é cultivado amplamente no estado e carrega grande potencial de diferenciação e agregação de valor. “Há muito a ser explorado. O Centro de Excelência vai ampliar as possibilidades de estudo e inovação, além de promover a profissionalização e o aprimoramento técnico dos produtores”, avaliou.
O projeto terá duração prevista de cinco anos, com foco na geração de conhecimento científico e tecnológico. A proposta é trabalhar de forma integrada com universidades e instituições de referência, como a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), promovendo uma verdadeira rede de inovação para o setor cafeeiro.
Segundo os dados apresentados durante o evento, Minas Gerais possui atualmente cerca de 150 mil produtores de café e, para a safra de 2025, a estimativa é de 25,3 milhões de sacas. As exportações do produto seguem em alta, com US$ 8,8 bilhões em vendas até outubro, representando quase 75% das exportações brasileiras do grão no período. O café é, hoje, o segundo produto mais exportado pelo estado, ficando atrás apenas do minério de ferro.
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