Tarifas dos EUA já provocam férias coletivas e ameaçam empregos no setor de madeira
gazetadevarginhasi
19 de ago.
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As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, em vigor desde o início de agosto, já começam a impactar diretamente os trabalhadores da indústria de madeira processada. O setor, que não entrou na lista dos 694 produtos isentos do aumento da taxa, sofre com efeitos que, na prática, começaram ainda em abril, quando foi estabelecida a tarifa inicial de 10%.
Segundo Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), as empresas já vinham ajustando custos e mão de obra desde a primeira taxação. Como consequência, muitas recorreram à estratégia de férias coletivas para lidar com a queda nas exportações para o mercado norte-americano.
Um dos casos mais emblemáticos é o da Millpar, segunda maior companhia do setor no Brasil e terceira da América Latina. Em julho, a empresa concedeu férias coletivas de 15 dias para setores de sua unidade em Guarapuava (PR).
Com a chegada do tarifaço de 50%, a situação se agravou: a empresa anunciou a suspensão total da produção, colocando mais de 65% do seu quadro de funcionários — cerca de 720 trabalhadores de um total de 1,1 mil — em férias por tempo indeterminado.
“Temos informações de que muitas empresas estão encerrando o período de férias coletivas. Se o cenário continuar da forma como está — e tudo indica que sim — cortes de pessoal serão inevitáveis para equilibrar as contas”, alertou Pupo.
A perspectiva preocupa o setor, que depende fortemente das exportações para os Estados Unidos e agora enfrenta incertezas diante da política comercial mais agressiva do governo Trump.
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