Terras raras em Poços de Caldas voltam à pauta do Copam e motivam audiência na ALMG sobre impactos da mineração
gazetadevarginhasi
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A recente descoberta de uma grande jazida de minerais de terras raras na região de Poços de Caldas, no Sul de Minas, reacendeu o interesse de mineradoras e atraiu a atenção de autoridades, pesquisadores e ambientalistas. O entusiasmo econômico caminha lado a lado com a preocupação crescente sobre os impactos ambientais e sociais, especialmente porque dois empreendimentos voltados à extração desses elementos estão em análise pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). O tema será debatido nesta terça-feira (18/11/25) em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O planalto vulcânico de Poços de Caldas, com cerca de 750 quilômetros quadrados, é uma formação geológica singular: uma depressão circular resultante de um vulcão extinto há aproximadamente 80 milhões de anos. Toda essa configuração geológica criou um ambiente propício para o acúmulo de diversos minerais estratégicos, com destaque para os chamados “terras raras”.
Esses elementos — um conjunto de 17 minerais essenciais — são amplamente utilizados em tecnologias ligadas à transição energética, como carros elétricos e turbinas eólicas, além de terem grande valor para a indústria militar. Apesar de seu nome, não são exatamente escassos, mas são considerados raros devido à dificuldade de extração em estado puro.
No final de outubro, o Copam adiou a decisão sobre os pedidos de licenciamento ambiental das mineradoras australianas Meteoric e Viridis, que pretendem atuar em Poços de Caldas e no município vizinho de Caldas. As propostas voltam à pauta no próximo dia 28, quando devem ser analisadas novamente.
A deputada Bella Gonçalves (Psol), uma das responsáveis pelo pedido da audiência pública, defende uma avaliação rigorosa e aprofundada dos impactos ambientais e socioeconômicos das operações. Ela destaca que a proposta envolve um método novo no Brasil: a lixiviação de argila iônica, processo químico que utiliza soluções para extrair minerais de terras raras diretamente das argilas.