Um estudo da UFMG aponta que os brasileiros consomem menos frutas e hortaliças do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
gazetadevarginhasi
13 de fev.
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Reprodução
De acordo com um estudo realizado pela UFMG, o consumo de frutas e hortaliças no Brasil está abaixo das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere cinco porções diárias em pelo menos cinco dias da semana para prevenir Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A pesquisa revela que apenas 22,5% da população adulta brasileira segue essa orientação. Mulheres, pessoas de 25 a 34 anos e indivíduos com maior nível de escolaridade foram os que mais reduziram o consumo desses alimentos.
A pesquisa foi conduzida pelos pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG, com dados coletados de adultos de 18 anos ou mais, residentes em 26 capitais e no Distrito Federal, entre 2008 e 2023, através do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para DCNT (Vigitel). A análise dividiu o período em duas fases: de 2008 a 2014 e de 2015 a 2023, permitindo observar mudanças ao longo do tempo.
Os resultados mostraram que, em média, 34% da população consumia frutas e hortaliças regularmente, enquanto apenas 22,5% seguiam a recomendação da OMS. Embora o consumo tenha permanecido estável no período geral, entre 2008 e 2014 houve um aumento, seguido por uma queda entre 2015 e 2023. Segundo Izabella Paula Araújo Veiga, doutoranda da UFMG e primeira autora do estudo, o crescimento inicial pode estar ligado à estabilidade política e ao avanço econômico, que favoreceram políticas públicas de saúde. Já a redução nos anos seguintes pode ter sido influenciada pela instabilidade política, crise econômica e os efeitos da pandemia de covid-19.
Ela alerta que essa diminuição no consumo de frutas e hortaliças impacta negativamente a qualidade da alimentação dos brasileiros, com possíveis consequências para a saúde pública e a cultura alimentar do país. Além disso, a queda pode dificultar o alcance da meta do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis no Brasil (Plano de Dant), que visa aumentar o consumo recomendado de frutas e hortaliças para 30% até 2030.
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