Ao eliminar checagem na Meta, Zuckerberg critica ‘tribunais secretos’, em meio a embate com STF
9 de jan.
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Mark Zuckerberg anunciou nesta terça-feira (7) o fim do programa de checagem profissional de informações nas plataformas da Meta, como Facebook, Instagram e Threads, nos Estados Unidos.
Ele defendeu essa mudança com críticas à censura e à liberdade de expressão, mencionando especificamente as diferentes abordagens de censura entre os Estados Unidos, a Europa e a América Latina.
Zuckerberg afirmou que os EUA possuem as "proteções constitucionais mais fortes" em relação à liberdade de expressão, enquanto, na Europa, ele vê um aumento das leis de censura, dificultando inovações. Quanto à América Latina, ele se referiu a "tribunais secretos" que podem determinar a remoção silenciosa de conteúdo nas redes sociais. Em contraste, a China censura ativamente aplicativos.
Nos Estados Unidos, a Meta passará a adotar um modelo semelhante ao do X (anteriormente conhecido como Twitter), permitindo que os usuários sugiram "notas de esclarecimento" em vez de utilizar verificadores de conteúdo. Zuckerberg também mencionou que o sistema de checagem chegou a um ponto em que havia "muitos erros e censura demais", o que motivou essa decisão.
O CEO da Meta alinhou-se ao discurso de Elon Musk, proprietário do X, e ambos têm enfrentado embates com governos e poderes judiciários em várias partes do mundo, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. O STF tem discutido a responsabilidade das plataformas digitais pelas publicações de seus usuários, e a Meta se opôs às propostas em debate, buscando uma solução mais equilibrada.
A mudança na política de checagem da Meta representa uma mudança de postura em relação à desinformação, algo que havia sido adotado após a eleição de Trump em 2016, quando o Facebook foi pressionado pela disseminação de fake news.
Agora, essa decisão é vista como uma tentativa de Zuckerberg de se reaproximar de Trump, especialmente com a expectativa de seu retorno à Casa Branca em 2025.
Além disso, Zuckerberg fez gestos para estreitar os laços com Trump, como a doação de US$ 1 milhão para o fundo de posse do ex-presidente e jantares com ele em sua residência, Mar-a-Lago. A Meta também contratou Joel Kaplan, republicano, para chefiar os assuntos públicos, substituindo um ex-vice-primeiro-ministro britânico. Além disso, a nomeação de Dana White, aliado de Trump e presidente do UFC, para a diretoria da Meta, reflete ainda mais essa aproximação.
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