Após encontro entre Lula e Trump, chanceleres do Brasil e EUA retomam diálogo sobre tarifaço em reuniões no Canadá e Washington
gazetadevarginhasi
há 2 horas
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fonte: estado de minas
Mais de duas semanas após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na Malásia, os chanceleres do Brasil e dos Estados Unidos voltaram a se reunir nesta quarta-feira (12) para discutir o chamado “tarifaço de Trump”. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, conversaram em Niágara, no Canadá, à margem da reunião do G7, e devem ter novo encontro nesta quinta-feira (13), em Washington.
De acordo com fontes do Itamaraty, Vieira apresentou um panorama das negociações técnicas realizadas até agora e informou que o Brasil enviou, no último dia 4, uma proposta formal de diálogo aos EUA. O chanceler reforçou a orientação dada por Lula e Trump na Malásia, de buscar uma solução diplomática para as tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros.
As medidas, em vigor desde julho, determinaram uma tarifa de 50% sobre a maioria das exportações brasileiras aos Estados Unidos, além de restrições de visto a autoridades e sanções financeiras com base na Lei Global Magnitsky — entre elas, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e sua esposa, Viviane Barci de Moraes.
Segundo o Departamento de Estado, o novo encontro entre Vieira e Rubio deve avaliar os avanços desde o diálogo entre Lula e Trump, realizado em outubro, e abrir espaço para uma reunião de alto nível com participação do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Apesar do endurecimento político, as tarifas também provocaram impacto na economia americana, elevando o preço de produtos importados, como o café brasileiro — que representa um terço do consumo dos EUA. Trump chegou a mencionar, em entrevista à Fox News, a possibilidade de reduzir as tarifas sobre o produto.
O tema do café, porém, não foi tratado na reunião desta quarta-feira, assim como a situação da Venezuela, que havia sido abordada por Lula em outubro, quando o presidente brasileiro se colocou como possível mediador entre os dois países.
As negociações seguem em curso, e o Itamaraty avalia que o novo canal de diálogo pode abrir caminho para uma redução gradual das sanções econômicas impostas por Washington.