Brasil registra quase 3 mil casos de Febre Oropouche em 2025
gazetadevarginhasi
1 de fev.
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Em 2025, o Brasil registrou 2.791 casos de febre do Oropouche nas quatro primeiras semanas do ano. Desses, 2.652 ocorreram no Espírito Santo, 99 no Rio de Janeiro e 30 em Minas Gerais. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, expressou preocupação com o aumento significativo, destacando que quase 95% dos casos foram no Espírito Santo, e alertou sobre o risco no verão.
Outros casos foram identificados em estados como Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1). O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado no Brasil pela primeira vez em 1960, a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça. Embora inicialmente endêmica na região amazônica, a doença tem se espalhado para outras áreas do país, com surtos em diversas unidades federativas desde 2024.
A febre é transmitida principalmente pelo mosquito *Culicoides paraensis* (maruim ou mosquito-pólvora) no ciclo silvestre, com bicho-preguiça e primatas não-humanos como hospedeiros. No ambiente urbano, o mosquito *Culex quinquefasciatus* (pernilongo) também pode ser um vetor, com humanos sendo os principais hospedeiros.
Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. O quadro clínico agudo se inicia com febre súbita, cefaleia, mialgia e artralgia. Outros sintomas podem incluir tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Casos graves podem levar a complicações no sistema nervoso central, como meningite asséptica e meningoencefalite, especialmente em pacientes imunocomprometidos, além de manifestações hemorrágicas como petéquias e epistaxe.
Em 2024, a Bahia registrou duas mortes associadas à febre do Oropouche, os primeiros óbitos do tipo no mundo. Ambas as vítimas eram mulheres jovens sem comorbidades. A primeira, de 24 anos, faleceu em 27 de março, no município de Valença, e a segunda, de 21 anos, morreu em 10 de maio, em Camamu.
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