Bricoffee transforma borra de café em biocombustível e instala sede em Varginha
gazetadevarginhasi
31 de out.
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Desde os anos 1970, a preocupação global com o meio ambiente impulsiona práticas sustentáveis, como o sistema de crédito de carbono, criado em 1997 para incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, embora 99% dos créditos emitidos venham da Amazônia Legal, segundo o Painel de Carbono Florestal (Idesam), outros projetos inovadores também ganham destaque, como o da Bricoffee, empresa que transforma a borra de café em biocombustível.
A ideia surgiu em 2019, no Paraná, quando o corretor de proteína animal Luiz Zolet percebeu o potencial de reaproveitamento da borra de café, resíduo que soma cerca de 8 mil toneladas descartadas diariamente no país. Após testes e pesquisas, ele desenvolveu os pellets — pequenas cápsulas de biomassa capazes de substituir a lenha tradicional e reduzir significativamente o impacto ambiental.
Com apoio financeiro do governo paranaense, a Bricoffee foi oficialmente fundada em 2022 e registrou sua patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O processo de peletização e extrusão utiliza borra de café e outros resíduos agrícolas e florestais, resultando em um combustível sólido de alto poder calorífico, superior ao de madeiras como pinus e eucalipto.
Em agosto de 2024, a empresa transferiu sua sede para Varginha (MG), cidade estratégica pela forte presença do setor cafeeiro e pela ampla oferta de matéria-prima. Os pellets, também chamados de lenhas ecológicas, têm aplicação em diversos segmentos — desde fornos industriais e aquecimento de aviários até sistemas residenciais e comerciais —, ajudando a reduzir o desmatamento e o descarte inadequado de resíduos.
Atualmente, a Bricoffee produz cerca de 12 toneladas diárias de pellets, mas já trabalha em um projeto de expansão que deve elevar essa capacidade para até 25 toneladas por dia até junho de 2026, ampliando o impacto positivo sobre a sustentabilidade e fortalecendo o protagonismo de Varginha no cenário da economia verde.
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