Coluna Arte e Cultura em Ação - 17/05/2025
- gazetadevarginhasi
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MULHERES DE 1900 – ARTE EM GERAÇÕES
Com essa temática fascinante, que percorre mais de um século, a restauradora, estilista, cenógrafa, curadora e produtora cultural Valéria Neno, nos brinda com uma linda exposição no Foyer Aurélia Rubião - Teatro Capitólio.
O evento teve início dia 13 de maio e termina no domingo próximo, 19.
Neno restaurou, por meio de Lei de Incentivo à Cultura Estadual, várias obras em tela da renomada artista AURÉLIA RUBIÃO.
As obras da artista pertencem ao acervo do Museu Municipal de Varginha.
No ano de 2021 foi contemplada com um projeto que tinha e tem como objetivo assegurar, proteger e enaltecer o patrimônio cultural de uma protagonista das artes do nosso município, porém reconhecida também fora dele, pois passou boa parte de sua vida em São Paulo.
Quem foi Aurélia Rubião?
AURÉLIA RUBIÃO - 1901 * 1987
“Grande personalidade Varginhense do Século XX, chama a atenção na obra de Aurélia Rubião a perseverança com que manteve ao longo de toda sua longa trajetória artística (sete décadas), uma indiscutível fidelidade a si própria e a sua intuição lírica, tendo escolhido uma forma de expressão mais afeita as tradições da pintura do que as experiências revolucionárias.”
Valéria, realiza está exposição por generosidade e por compreender que as expressões artísticas devem ser democratizadas e oferecidas à sociedade de maneira abrangente e autêntica e, quando falo em generosidade, esclareço que o projeto de Neno não contemplava uma exposição, mas que ela devolveu a sociedade mesmo assim.
“Está sendo muito emocionante ver a reação das pessoas mais humildes diante da beleza das obras da artista e também sobre os processos de restauração.” Palavras de Neno para mim, em uma deliciosa conversa, regada a chá de cidreira com manjericão e um delicioso bolo de café.
ARTE é assim, a gente conversa com quem realmente desenvolve trabalhos de qualidade e sabendo profundamente sobre aquilo que faz, com tranquilidade, com boa prosa e, sem pressa.
Além das obras restauradas da artista que deu nome ao Foyer do Teatro Capitólio, a curadora da exposição também apresenta obras da sua mãe, grande mulher (in memoriam), que aos 83 anos pintou lindas telas, cheias de sensibilidade e criatividade, mostrando que a ARTE não tem limites e que ela se sobrepõe e vai além da estética, obras pessoais, criadas pela própria Valéria e da irmã Vânia.
AURÉLIA RUBIÃO - 1901
NILZA NENO DE SOUZA - 1924
VÂNIA NENO SIUZA LOBO - 1955
VALÉRIA NENO SIUZA - 1961.
Todas mulheres que passaram pelos anos de 1900, dando voz às mulheres.
Valéria Neno faz questão de registrar que se inspirou no livro biográfico de Aurélia Rubião – VIDA e ARTE - escrito por José Roberto Sales, uma biografia minuciosa e extensa, que exigiu um grande trabalho de pesquisa e disciplina.
Em entrevista, nos anos de 1980, Aurélia Rubião disse: “MINHA ARTE É MINHA VIDA. NÃO ME CASEI PARA ME DEDICAR EXCLUSIVAMENTE À PINTURA. MEUS QUADROS SÃO MEUS FILHOS. NÃO GOSTO DE VENDER NENHUM DELES (...) TENHO NA ARTE UMA NECESSIDADE HUMANA, INERENTE AO MEU SER. GOSTO DE TODAS AS ARTES, MAS AMO MAIS A PINTURA. ELA TEM IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL NA MINHA VIDA. VIVI E VIVO POR ELA.
Por maio ser considerado MÊS DAS MÃES, Valéria Neno, dentro de sua sagacidade e sensibilidade, escolheu realizar a exposição no referido mês, fazendo uma homenagem aos FILHOS DA ARTISTA PLÁSTICA e, ela como filha, também homenageia sua saudosa mãe...
Sendo assim, todos saímos ganhando em arte e cultura com uma exposição repleta de significados profundos.
Essa é a essência da ARTE – perpetuar memórias locais, transmitir valores culturais para gerações futuras e nos fazer reconhecer no campo humanístico, dentro de uma era tão árida e caminhando para um coas tecnológico. Num mundo, onde muitos querem ver telas que brilham e outros ainda se dispõem a apreciar o que a humanidade ainda conhece construir com a alma e o trabalho autêntico e racional quase em estado de extinção.

