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Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes 05/11/2025

  • gazetadevarginhasi
  • há 13 horas
  • 8 min de leitura
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RODRIGO SILVA FERNANDES é advogado e

articulista político da Gazeta escreve as quartas e sextas.


Se ficar o bicho pega...
Pouquíssimas pessoas muito próximas ao vice Antônio Silva dizem que, mesmo de forma discreta, o experiente gestor público vem manifestando sua “inconformidade com tudo que tem visto no governo”. Acostumado a ser o chefe, o ex-prefeito agora é vice, e sabe que tem muita gente que “manda mais que ele” e isso vem preocupando. Isso porque Antônio Silva sabe que “nem tudo que vê ou fica sabendo na administração seria permitido se ele estivesse no comando, mas nada pode fazer”. Ainda mais porque não é de seu feitio interferir no governo, afinal, ele é vice! Mas os fatos o incomodam e já o fazem pensar na escolha que fez em voltar à política depois da inédita e polêmica renúncia ao governo, quando entregou a Prefeitura de Varginha para o comando de Verdi Melo no início da pandemia! Antônio Silva conseguiu algo importante que foi seu retorno e vitória na política, mesmo depois de sua renúncia, que para muitos soou como abandono da missão que recebera nas urnas. Certamente que a credibilidade e experiência de Antônio Silva ajudou a eleger Ciacci. Mas não resta dúvida que esta mesma experiência e credibilidade ficam em risco se qualquer escândalo, desvio ou irregularidade acontecer no governo municipal.

Se correr o bicho come...
Afinal, mesmo Silva sendo o vice, sua honra também estaria no mesmo balaio dos que realmente gerenciam o governo, que vem movimentando milhões a mais nos cofres a cada mês, e muita gente vivendo em tentação! O povo não faz diferenciação entre o prefeito e o vice, entre um ou outro secretário, se houver mal feito, todos são responsáveis! A história mostra isso com crueldade e objetividade! Mas como o experiente vice-prefeito deve proceder? Está entre a cruz e a espada, pois se não concorda com algo da gestão precisa “sair do comodismo e etiqueta política para frear excessos, sob pena de comprometer sua biografia, quando tudo vier à tona, e sempre vem”. Já no caso de desejar manter sua “diplomacia política, não falar nada sobre o que não concorda na atitude de alguns secretários e ordenadores de despesas, Antônio Silva precisa se afastar das atividades”. Mas será que um afastamento do governo a esta altura não seria entendido como uma “segunda renúncia ao mandato e missão dada pelo eleitor”? E isso também seria um péssimo desfecho para sua biografia política”. Ou seja, o experiente político vive um dilema...

Não decola...
Procurador licenciado na Assembleia Legislativa, o vice-governador Mateus Simões (PSD), conforme fontes desta coluna, tem encontrado dificuldades de reunir um número expressivo de ex-deputados estaduais, para engajar o seu projeto eleitoral de 2026. Depois do malabarismo político que fez para trocar o Novo no PSD, o vice esperava que a mudança de partido fosse causar algum efeito positivo nos números da pesquisa, mas nada aconteceu! Aliás, Simões é agora do mesmo partido do prefeito Ciacci, contudo parece que isso em nada ajudou nenhum dos dois! No caso de Simões, seu nome não é rejeitado, não é querido, não é conhecido e, a julgar pelo distanciamento dos deputados estaduais, não é simpático ao eleitor! A eleição estadual já começou em Minas e nosso Estado será crucial para as eleições nacionais, isso mostra que Simões tem pouco tempo para fazer sua pré-candidatura decolar entre o eleitorado, se não decolar logo, pode nunca sair do chão!

Alternativas
Talvez nem mesmo os melhores amigos possam definir qual vai ser o futuro político do presidente do Parlamento mineiro, Tadeu Leite (MDB). Na convenção do seu partido, o MDB, Leite foi ovacionado como possível candidato a governador, o que já negou no mesmo dia. Ele tem prestígio junto aos seus pares, além de uma imagem positiva perante as lideranças municipais. No entanto, tudo isso ainda é pouco para incentivá-lo a ser cabeça de chapa em uma eleição. Nesta semana, o MDB de Tadeu Leite lançou como pré-candidato a governador o ex-presidente da Câmara de BH, Gabriel Azevedo, que discursa bem, mas não tem o mesmo desempenho nas pesquisas e não possui um plano de governo para Minas. Nos bastidores da ALMG há quem diga que o jovem e habilidoso Tadeu Leite pode ainda ser um nome para ocupar a vaga da ALMG no Tribunal de Contas Estadual. A conferir.

A venda da Copasa
O Governo de Minas e a Copasa já estão sondando bancos para escolher quem vai desenhar o modelo de privatização da empresa de saneamento. A estatal está avaliada em R$14 bilhões e não será federalizada como foi falado, o que seria um alívio para quem conhece a gestão atual do governo federal. Desde o início da gestão, o governador Romeu Zema (Novo) tinha como plano privatizar a Copasa e a Cemig. A notícia da venda da Copasa talvez seja um recado para o prefeito Ciacci, aproveitar enquanto a empresa ainda é estatal para resolver de vez as muitas pendências do governo municipal e da empresa. Pois quando privatizada, as negociações serão muito mais difíceis e os políticos não poderão ajudar. Ciacci deveria aproveitar que agora é do mesmo partido do vice-governador para convencer a Copasa a recuperar a tubulação antiga e furada de Varginha, bem como recuperar o antigo lixão da cidade, e sobretudo, encontrar e preparar um novo local para abrigar o aterro sanitário de Varginha. Depois de vendida a Copasa, o caso de Varginha com a empresa, por ser único, pode ter desfecho trágico para o Município.

Nosso bolso...
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai gastar R$38,485 milhões para renovar a frota de veículos que atende seus juízes e desembargadores. A Toyota do Brasil Ltda venceu o pregão eletrônico e fornecerá 179 unidades do modelo SUV. O resultado da licitação foi homologado em 15 de outubro. Cada veículo foi avaliado em R$215 mil. O modelo escolhido foi o Corolla Cross XRX 2026, um utilitário esportivo de porte médio, carroceria tipo SUV, com motorização híbrida, câmbio automático e capacidade para cinco passageiros. Os automóveis são da cor preta e zero-quilômetro. A entrega está prevista até abril do próximo ano. No estudo técnico, estava detalhado que os veículos seriam destinados ao atendimento dos membros da alta administração e dos desembargadores do tribunal. Atualmente, o TJMG utiliza uma frota composta majoritariamente por sedãs, entre eles os modelos Toyota Corolla XEi 2.0 Flex (2020) e Toyota Corolla Altis 1.8 Hybrid (2017). O TJMG disse que para garantir a homogeneidade da frota e evitar a fragmentação dos modelos em uso, foi necessária a substituição dos 179 veículos atualmente classificados como de representação e institucionais. E que os veículos antigos utilizados serão leiloados. Adivinha quem está pagando por tudo isso... isso mesmo! E custa caro!

A morte do planejamento
Na semana passada tivemos o feriado de Finados quando milhares de famílias foram ao Cemitério municipal. A Prefeitura de Varginha, como sempre faz, deu uma maquiada no cemitério, promovendo a limpeza do local. Mas o problema do cemitério, como diz o ditado, está como sepulcro caiado, pois não foi resolvida. É fato já reconhecido pelo Executivo e motivo de altos custos para as famílias que o cemitério local está exaurido e sem espaço para sepultamentos e não comporta a demanda de Varginha. Justamente por esta razão a Prefeitura de Varginha aluga covas no único cemitério privado da cidade. Além disso, os custos de sepultamento em Varginha cresceram, muito em razão das altas taxas cobradas pelo Município, sem falar na atitude “antiprofissional das funerárias da cidade que disputam mortos como prêmios, pouco importando o luto das famílias”. Os especialistas em urbanização apontam que o ideal para Varginha seria transferir o cemitério local para um lugar mais amplo e afastado da cidade. Contudo, tendo em vista a tradição e as muitas famílias com jazigos no cemitério, é defendido que a Prefeitura de Varginha restrinja os sepultamentos no cemitério municipal e construa um novo cemitério municipal. Assim, deixando de gastar com aluguel de covas e barateando os custos para famílias carentes que precisam gastar altos custos no único cemitério privado. É preciso ter coragem para enfrentar este problema, que envolve gastos municipais estratégicos, planejamento urbanístico e sensibilidade do gestor público, tudo que não temos neste momento!
Mãos vazias ou medo do questionamento?
A coluna aguarda pacientemente o presidente da Câmara, Marquinhos da Cooperativa, estabelecer uma data para dar entrevista à Coluna Fatos e Versões e ao Portal Varginha Online. A entrevista já foi formalmente solicitada à Assessoria de Comunicação da Câmara a mais de dois meses e aguarda a agenda do presidente, que será questionado das ações que eventualmente realizou e fará as perguntas trazidas pelos leitores de Fatos e Versões. Será que Marquinhos ainda não conseguiu juntar suas realizações no Legislativo ou teme os questionamentos que podem vir? Outubro já acabou, e até agora nada do presidente aceitar falar com a imprensa!

2026 é logo ali
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou na quinta-feira (31/10), em Alfenas, um pacote de investimento de R$268 milhões destinado à recuperação ambiental e ao saneamento básico na região do Sul de Minas. O montante é focado na revitalização do Lago de Furnas, também conhecido como "Mar de Minas", e na melhoria da infraestrutura hídrica local. A represa de Furnas, uma das maiores do mundo em linha de água, é fonte de renda e turismo para o Estado. Contudo a região sofre com a instabilidade do volume de águas do reservatório, entre outros problemas de ordem ambiental e saneamento nos 34 municípios que integram o reservatório. Os recursos investidos são provenientes do Programa de Revitalização de Recursos Hídricos, instituído após a desestatização da Eletrobras, contando com a participação do Ministério de Minas e Energia (MME). Os projetos, que foram aprovados na quinta-feira (30/10), serão contratados e executados pela empresa. O ministro Alexandre Silveira é um dos principais interlocutores políticos do presidente Lula em Minas e deseja ser candidato em 2026. Oriundo da região do Vale do Aço, Silveira já foi sondado para ser candidato a senador e pode até entrar como candidato a vice-governador. A conferir

O bom desempenho de Pouso Alegre e a queda de Varginha
Esta nota da coluna, na verdade, é cópia de parte de matéria do Jornal Diário do Comércio, jornal especializado em economia em BH. A matéria divulgada no dia 28/10 utilizou dados do Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas Gerais (Geesul), comandado pelo professor Guilherme Vivaldi. Diz a matéria “Quem já apresentava bons resultados em 2004 e manteve o desempenho após vinte anos foi Pouso Alegre, de acordo com os dados do levantamento. Aproveitando o movimento de migração de empresas para o Sul de Minas Gerais, a cidade investiu em infraestrutura e na atração de indústrias de transformação, como a Cimed e a XCMG. Pouso Alegre ocupava o segundo lugar em PIB e VAF na região e continuou nessa posição. Na geração de empregos, estava em terceiro e subiu para primeiro. No que se refere aos embarques para o exterior, não ocorreram mudanças relevantes. Na direção oposta, Varginha registrou queda em dois indicadores, mantendo apenas a primeira colocação nas exportações e a segunda em VAF. A cidade continuou sendo referência logística para o café, responsável por mais de 96% dos embarques, mas fez poucos investimentos em infraestrutura, o que resultou na queda nos rankings de PIB, do terceiro para o quarto lugar, e de emprego, da segunda para a terceira posição. O mestre em gestão e desenvolvimento regional e fundador do Geesul, Guilherme Vivaldi, destaca que o Sul do Estado se transformou ao longo dessas duas décadas. No entanto, ressalta que a essência não se perdeu: “o café e o agronegócio continuam vivos e pujantes na identidade econômica e cultural da região”. Reforma tributária pode definir os rumos da região nos próximos anos. A nova legislação deve reduzir a guerra fiscal entre os estados, o que pode eliminar um diferencial competitivo que a região atualmente possui para atrair grandes empresas. Algo que é capaz de impulsionar a economia local, especialmente em cidades como Poços de Caldas, são os investimentos voltados para terras-raras que vai depender da forma de exploração desses recursos e da articulação da gestão pública desses municípios.

Gazeta de Varginha

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