Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes 10/07/2025
gazetadevarginhasi
10 de jul.
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Retorno as atividades
A coluna retoma as atividades depois de algumas semanas de participação na Missão Empresarial e Política Minas/Japão, realizada pela Federação das Indústrias de Minas – Fiemg no país asiático. A missão reuniu grandes líderes empresariais de Minas, deputados estaduais e federais, o governador Romeu Zema e diversos secretários de Estado e presidentes de estatais. A realização do evento conquistou milhões de dólares em investimentos diretos de empresas japonesas em Minas, além de promover a troca de experiências entre os setores produtivos mineiro e japonês com maior ganho para o setor produtivo mineiro, que também teve acesso a tecnologias que vão transformar a Indústria estadual.
Período de investimentos
Nas semanas em que a coluna esteve fora de atividade, diversas áreas da cidade receberam alguns investimentos importantes, como a saúde e segurança. Percebe-se claramente que um movimento conjunto da classe política e iniciativa privada está favorecendo investimentos no Hospital Regional e Bom Pastor, além de novos investimentos na Guarda Municipal e Polícia Civil, por exemplo. No poder público, estes investimentos são puxados basicamente por recursos públicos federais e estaduais conquistados por deputados atuantes na região. Também pudera, pois ano que vem teremos eleição para os cargos de deputado, governador, senador e presidente da República o que “impõe à classe política estadual e federal a necessidade de mostrar serviço”. Aliado a isso, também temos os reflexos do novo governo municipal, que como se esperava, já no segundo semestre precisa começar a fazer entregas para a sociedade. Este período “fértil de atuação política” também favorece a atuação da iniciativa privada, que implica na participação de muitas empresas privadas em projetos de apoio às ações sociais. Temos registros da participação de grandes e médias empresas na doação de recursos, materiais e serviços na melhoria do serviço público.
Início das narrativas
Mas junto com este período de ações, também vemos o crescimento das narrativas. Enquanto os parlamentares de partidos como PV, PT e PSB questionam ações de governo e entregam emendas na região. Prefeitos e deputados de partidos como o PSD, PP e Avante pregam continuidade e ampliação de programas em desenvolvimento. O prefeito Leonardo Ciacci visita obras pela cidade e realiza novos investimentos, além de ampliar a máquina pública com mais contratações. Cada lado na polarizada política nacional, defende o seu! Neste meio despontam novas lideranças vindas de setores diferentes da política, esportistas, artistas, figuras do mundo digital e famosos que devem pleitear cargos públicos nas eleições de 2026. Sem falar é claro em servidores públicos que sempre pensam em entrar pra política. Varginha deve presenciar a criação de novos nomes na vida pública nos próximos anos. Isso porque os nomes tradicionais da política, já mais velhos ou sem sucessores no tabuleiro eleitoral, vem dando espaço para pessoas que não tem experiência política mas são conhecidas do eleitor, seja por meio digital ou outras práticas que não a política eleitoral. Isso torna este ano de 2025 e principalmente 2026, tempos de novas narrativas e “cantos da sereia que impõe mais sabedoria ao eleitor. Se antes o ganho de votos prometia picanha, hoje tem muita gente pregando os nós contra eles, o rico contra o pobre ou o capital contra o trabalho”. É preciso ficar atento para não cairmos nesta conversa!
Vacas gordas
A discussão sobre o orçamento municipal e importantes obras planejadas pela Prefeitura de Varginha mostram o período de “vacas gordas pela qual o Executivo municipal continua passando”. Mas o momento também impôs muita cobiça e disputa entre os poderes e grupos políticos locais. Comentários maldosos aqui, insinuações acolá e muita especulação começam a ser frequentes no governo e na oposição, que já começa a atuar com mais proeminência com vistas às eleições de 2026. O foco do governo Ciacci é devolver o apoio recebido do ex-prefeito Vérdi Melo e elegê-lo deputado estadual, bem como ampliar os votos de Diego Andrade na cidade. Já no campo da oposição, o foco está em reeleger Dimas Fabiano, Odair Cunha e Cleiton Oliveira, bem como ampliar os votos e lideranças contrárias ao governo municipal e seu grupo político controlador. Na missão de ambos os lados, muito dinheiro público será gasto, esperamos que da forma correta e eficiente. Pois o que não faltam são projetos populistas e parasitários com objetivo único em ganhar votos.
Mudança que não muda
A comissão provisória municipal do PSD foi renovada, contudo boa parte do comando da legenda continua como está. O presidente é o médico Armando Fortunato, com participação de nomes como Frederico Nunes e Romulo Azevedo que já integravam o partido. O nome de João Bosco Alencar, ex-integrante do PSDB e amigo pessoal do ex-prefeito Vérdi Melo na comissão provisória, é um indicativo de que a aproximação entre o ex-prefeito e o deputado federal Diego Andrade continua em andamento. Embora a comissão provisória tenha sido renovada, os objetivos e foco continuam o mesmo. A reeleição de Diego Andrade com fortalecimento eleitoral na cidade é a missão do novo time. Mesmo porque, o PSD é hoje o principal partido da cidade, por controlar o Executivo municipal. E caberá a comissão provisória “alargar as tendas dos integrantes da legenda sobre o governo municipal, tendo em vista as muitas vagas possíveis de serem ocupadas por membros, inclusive da comissão”. Mas o crescimento do PSD na composição do governo Ciacci vai depender sobretudo da atuação dos líderes da legenda na campanha de Verdi Melo, que pelo visto, deverá se filiar ao PSD para disputar a Assembleia Legislativa.
Nomes em destaque
Que o vereador Dudu Ottoni planeja ser candidato a deputado em 2026 todos sabem, mas o que poucos ainda descobriram são quais outros vereadores de Varginha podem querer disputar eleições em 2026. Lembrando que no caso do Legislativo, é permitido ao vereador licenciar para disputar eleição e voltar para o cargo, caso não vença as eleições. Trocando em miúdos, os vereadores que eventualmente saírem candidatos em 2026, vão continuar recebendo salário de vereador e depois de ganharem visibilidade eleitoral para deputado, voltam a Câmara em caso de derrota, mas com a imagem lá em cima para a disputa eleitoral de 2028 quando muitos têm sonhos mais ambiciosos com foco no Executivo municipal.
Troféu promocional
Parece que virou moda e muitos municípios estão recebendo “troféu disso, prêmio daquilo, destaque nesta ou naquela área”. Não sabemos como explicar tais “reconhecimentos de entidades desconhecidas ou desconectadas da realidade destes tais municípios premiados”. Fato é que quando uma administração pública municipal é reconhecida por sua “excelência em gestão, não demora começam a aparecer gastanças desnecessárias e mutretas pretéritas. Da mesma forma que quando outra cidade recebe prêmio por gestão sustentável, não demora e vemos a omissão das autoridades em casos polêmicos envolvendo contaminação ambiental de rios e queimadas em parques”. Será que esta temporada de prêmios distribuídos ao acaso não passaria de “títulos comprados com favores e atendimento de interesses diversos?” A conferir
Cobrança certa na hora errada, com interesse único
Campanha pelo “Pedágio Justo Já” propalada pelo vereador Rogério Bueno e pelo deputado estadual Cleiton Oliveira tem objetivo de reduzir o valor do salgado preço de R$ 14,30 do pedágio cobrado pela EPR na MGC 491. Em que pese as obras de melhoria que a empresa concessionária tem realizado na via, o valor é mesmo muito alto. E muitos políticos, além de Rogério Bueno e Cleiton Oliveira já gritaram por redução. O próprio ex-prefeito Vérdi Melo, bem como Leonardo Ciacci já cobraram do Governo Estadual uma redução. Ocorre que não está na mão do Governo de Minas ou da Assembleia ou muito menos da Câmara de Varginha, neste momento, cobrar redução de algo que foi negociado, planejado e votado no Legislativo, depois executado pelo Governo e chancelado no mercado, inclusive com leilão na Bolsa de Valores de forma ampla, aberta e pública. Afinal, ainda estamos num país em que os contratos precisam ser respeitados (pelo menos por enquanto). Onde estavam Rogério Bueno e Cleiton Oliveira quando o programa de concessões foi votado na ALMG? Onde estava Rogério Bueno, bem como Verdi e Ciacci quando ocorreram audiências públicas, o leilão na bolsa de valores e o valor do pedágio foi proposto? Algum deles entrou com recurso administrativo ou na Justiça quando foi aberto prazo específico para isso? Será que comeram mosca no passado recente e não defenderam o povo de altos custos quando tiveram a oportunidade e obrigação de fazê-lo?
Cobrança certa na hora errada, com interesse único - 02
Porque agora tais autoridades vêm “gritar por mudança”? Parece bem conveniente neste momento, pré-eleição de 2026 tais movimentos serem criados! A concessão de estradas e outras estruturas públicas tem sido comum em vários países. Inclusive a concessão é usada de forma ampla em São Paulo, onde temos estradas bem melhores que as mineiras. Aliás, a concessão é usada também no Estado de Pernambuco que tem várias gestões do PSB (de Rogério Bueno) e foi largamente usada também nas gestões do PT que é abertamente apoiado pelo PV (de Cleiton Oliveira). Vejam que a coluna concorda que o valor do pedágio precisa baixar, está muito caro! Mas desde o início a coluna vem pregando que caberia sobretudo aos deputados, prefeitos e vereadores a fiscalização do processo de concessão, bem como dos leilões para que fosse auferido a melhor proposta e menor preço, bem como a entrega das melhorias e investimentos no menor prazo. Parece um casuísmo algumas autoridades virem agora querer romper contrato, mudar o que foi negociado, claramente por interesse político eleitoral. Do contrário, teriam defendido o povo e cobrado medidas logo no início quando tiveram oportunidade para isso e estavam “dormindo em berço esplêndido porque o salário de agente público cai na conta independente do resultado do trabalho, e convenhamos que muitos de nossos homens públicos somente se movimentam em interesse próprio e de quatro em quatro anos”! Tenham a santa paciência!
A fartura vai virar obra e eficiência
administrativa ou salários e custeio?
A coluna tem noticiado a fartura de recursos que estão sendo direcionados para a gestão dos dois maiores hospitais públicos de Varginha: Regional e Bom Pastor. A gestão destas duas instituições está vivendo um momento de fartura de indicações de emendas parlamentares e investimentos diretos de recursos públicos e parcerias privadas que estão injetando milhões de reais nestas instituições públicas de saúde. É sabido que o Hospital Bom Pastor tem, proporcionalmente, bem mais despesas correntes e funcionários que o Hospital Regional. Contudo, o Hospital Regional possui uma milionária dívida que parecia um saco sem fundos, onde por anos muito dinheiro foi jogado e a dívida aumentou ao invés de reduzir! Daí fica a pergunta que não quer calar: Será que com as muitas “bênçãos financeiras oriundas de dinheiro público, os dois hospitais vão converter tais recursos em obras de ampliação de serviços e melhora da saúde pública municipal ou teremos apenas mais despesas de custeio com salários e manutenção dos problemas já conhecidos em cada instituição”?
Pescaria aberta
A deputada federal Greice Elias, do Avante/MG, está cada dia mais próxima das suas lideranças de base em Varginha. Nos últimos dias a parlamentar conseguiu liberação de R$ 50 mil reais em emenda para a compra de um drone para a Polícia Civil de Varginha. Greice Elias estava na Missão Japão promovida pela Fiemg em Osaka. Dias depois estava em Patrocínio onde encontrou lideranças locais, depois foi a Belo Horizonte onde encontrou o pré-candidato a governador do Partido Novo. A parlamentar está disposta a pescar votos e apoio em todo lugar que tiver oportunidade. A conferir o resultado dessa andança!
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