Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes 25/07/2025
gazetadevarginhasi
25 de jul.
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Suor e lágrimas
Com muito custo e esforço, enfim, o Grupo UNIS vai começar seu Curso de Medicina em Varginha. A instituição de ensino genuinamente varginhense passou por todo tipo de dificuldade para conseguir esta vitória. Precisou vencer em outras áreas, projetar e se destacar com outros cursos, expandir para além de Varginha, tornar-se grande regionalmente para provar que tem condições de enfrentar grandes dificuldades etc. Sofreu boicotes locais de médicos e instituições, gastou muito dinheiro em estrutura e tempo no convencimento das esferas estadual e federal de Educação e, no final, ainda precisou recorrer à Justiça para trazer para Varginha o sonhado curso de Medicina. Depois de suor e lágrimas, a entidade vai começar a ministrar as aulas em breve. A expectativa é de que as dezenas de alunos do curso movimentem um bom recurso na cidade. Na região os valores de mensalidades para este tipo de curso ultrapassam os R$ 10 mil mensais, fora os gastos como moradia, alimentação etc. Contudo, a maior expectativa é quanto a contribuição que os alunos do UNIS poderão dar na rede pública de saúde, onde o UNIS fará a prática médica dos alunos. Em postos de saúde nos bairros, onde são tratados casos mais simples, dezenas de alunos podem atuar com a supervisão de um profissional médico, o que dará oportunidade de grande trabalho de prevenção e atendimento a famílias carentes que hoje aguardam na fila. Vamos aguardar!
Habitação e urbanismo
A área do antigo lixão, próxima ao Bairro Corcetti, precisa de grande investimento em habitação e urbanismo. O local é alvo de investimentos a “conta gotas da Copasa” para recuperar o espaço e devolver à sociedade um local agradável para a convivência. Todavia, ainda resta muito por fazer. O município tentou utilizar o local para abrigar um projeto habitacional federal do Programa Minha Casa Minha Vida, todavia, os técnicos descartaram o local. O município acionou o Legislativo para mudar a área a fim de que os recursos do Programa Minha Casa Minha Vida possam vir para Varginha e as unidades habitacionais possam ser construídas em outro local, possivelmente próximo da sede do Corpo de Bombeiros. Mas resolvida a questão do novo local para o programa habitacional, ainda não temos a solução para a região do Corcetti! A Prefeitura de Varginha precisa ter a coragem de confrontar a Copasa para que os trabalhos de recuperação da área do antigo lixão sejam acelerados e definir logo o que fazer naquele local. O ideal e meritório, seria que o Bairro Corcetti ganhasse um belo e estruturado parque no local onde antes tínhamos um fedorento lixão. É possível fazer isso e a Prefeitura de Varginha tem condições de compensar aquela região da cidade com tal projeto. Além disso, existem projetos atuais onde parques abrigam espaços multiuso para realizar espetáculos ao ar livre, pistas de corrida, ciclismo, espaços abertos para a população. A Câmara de Varginha, que atualmente tem uma composição com mais “sensibilidade social” poderia construir projeto de lei específico para resolver de vez a destinação do local, inclusive destinando suas costumeiras sobras de orçamento anual para tal finalidade. Fica a dica!
Viajante...
O ex-prefeito Vérdi Melo já está pegando a estrada e construindo base de apoio para as eleições de 2026. Recentemente esteve em Cordislândia, onde participou de festividade popular, andou junto ao povo e tirou muitas fotos. Verdi sabe que terá boa votação na cidade, mas, mesmo assim, vai precisar de votos fora e a área de influência de Varginha é seu alvo principal. Cidades como Elói Mendes, Cambuquira, Cordislândia etc estão no foco da atuação do ex-prefeito que mira uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Se eleito, Verdi tem tudo para ser um bom parlamentar, pois o Legislativo sempre foi sua especialidade! O ex-prefeito terá apoio de nomes fortes da política estadual como os deputados federais Diego Andrade e Rafael Simões, além é claro de empresários e entidades regionais que prometem dar ao ex-prefeito o “apoio sem o qual nenhum político chega a vitória”.
Duplas de sucesso
Ao longo das décadas de vida política recente na história de Varginha tivemos muitas personalidades que chegaram ao poder e por longo tempo foram hegemônicos na cidade. Isso ocorreu com mais frequência nos períodos da ditadura, quando era mais difícil ter alternância de poder. Depois de 1988, com a nova Constituição, tivemos sempre duplas que dominaram a política local. Vejam, por exemplo, que já em 1988 tivemos a eleição do então prefeito Dilzon Melo que logo virou deputado estadual e juntamente com Antônio Silva, (eleito prefeito) dominaram a política local por muitos anos. Depois disso, veio uma grande alternância com a eleição do saudoso ex-prefeito Mauro Teixeira em Varginha, tendo também a eleição de Odair Cunha para deputado federal. Ali começou um longo período de força política do PT na cidade. Isso mudou com a chegada de Dimas Fabiano (PP/MG), que inicialmente foi eleito deputado estadual e, junto com Dilzon Melo, por outros longos anos foram os líderes da política local. Mesmo sendo “concorrentes como deputado, Dilzon e Dimas tiveram que atuar juntos, e sempre elegiam um aliado na Prefeitura de Varginha”. Quando Dimas Fabiano elegeu-se deputado federal a convivência com Dilzon ficou mais tranquila. Todavia, passando o tempo, Dilzon Melo perde a eleição e Antônio Silva e Dimas Fabiano passam a ser os principais nomes da política local. No começo da pandemia, com a renúncia do então prefeito Antônio Silva, Verdi Melo assume o governo municipal e deste então começam a ocorrer “estranhamentos entre o grupo de Dimas e do então prefeito Verdi”. Já nos tempos atuais, Verdi rompe com Dimas e elege Leonardo Ciacci para seu sucessor. Agora em 2026, temos o desenho programado da candidatura de Verdi Melo a deputado estadual, com apoio do prefeito Leonardo Ciacci, além de outros nomes fortes da política. Se ganhar para deputado estadual, Verdi Melo iniciará uma possível nova era da política local, onde ele e Ciacci serão os nomes mais fortes da política local, ambos em início de mandato. A conferir!
Mineirinho...
Ele começou “chucro e brigando” quando chegou ao Legislativo, protagonizou desentendimentos com a imprensa e não “foi aceito pelos colegas tradicionais de então por razões que somente a política e o orgulho varginhense entendem”. Mas o vereador não desanimou, apanhou, mas aprendeu, fidelizou seus apoiadores e trabalhou com foco no nicho de eleitores, que como ele, vieram de baixo e precisam lutar todo dia pra vencer. Ele venceu preconceitos, venceu nas urnas e, com a nova configuração do Legislativo, (repleta de vereadores estreantes) chegou à presidência do Legislativo. Vem fazendo um bom trabalho, discreto e sereno! Marquinhos da Cooperativa não quer muito, deseja apenas não errar, não perder o que já conseguiu e consolidar o apoio interno que tem. Quem sabe, se ampliar sua base de apoio popular, se consolida como um bom vice em 2028? Será? Ninguém sabe, nem o próprio Marquinho, mas a ideia “aquece seu coração”!
Metas de desempenho
Ninguém fala isso dentro do governo Ciacci, mas fora do conforto palaciano todos já dizem: “o governo precisa entregar resultados objetivos, ter metas de desempenho”. Isso é algo difícil visto o perfil do querido prefeito, que tem um governo com muitos caciques e poucos índios, onde por enquanto o único que pode bater na mesa e cobrar eficiência, não o faz! O governo Ciacci herdou uma gestão relativamente organizada, com dinheiro em caixa, mas também pegou uma estrutura que pouco atua em conjunto, onde existem setores e secretarias que são como um “feudo particular, e cada senhor feudal não aceita ingerência”. Ciacci tem hoje bons números sociais porque a cidade é rica e colhe frutos de ações de gestões passadas, mas isso precisa ser aprimorado. Daí a razão para que o prefeito, partindo dos números que tem hoje, cobre metas semestrais ou anuais de melhoria. Afinal, todas as áreas estão gastando mais, recebendo mais investimentos, equipamentos e ampliando a estrutura. Contudo, não se tem notícias de metas a atingir e excelência a buscar. Se conseguirmos zerar a fila de alguma especialidade médica, é hora de trabalhar a prevenção. Se conseguirmos reduzir a criminalidade, é hora de capacitar a juventude e ressocializar os detentos. Se conseguirmos melhorar o trânsito é hora de melhorar o planejamento da cidade a curto prazo. Se investirmos em tecnologia e gestão, é preciso que os gastos com a folha sejam reduzidos! Mas, para muitos que entendem de gestão pública, “o atual governo superou a gestão do ontem, estacionou na gestão do hoje e não consegue mirar na gestão do amanhã”.
Interação e atratividade
O Shopping Via Café já não é novidade em Varginha e região, maior estrutura comercial na região de Varginha, o empreendimento precisa se reinventar a cada temporada para continuar atraindo compradores e milhares de pessoas que vão ao centro de compras todos os dias. A região do Via Café é uma das que mais crescem e se valorizam na cidade e o Via Café tem muita responsabilidade nisso! Mas é hora de toda a estrutura comercial e pública de Varginha andar em sintonia com o empreendimento. O governo municipal poderia melhorar o estacionamento na região adjacente ao Via Café, visto que muita gente estaciona fora do shopping que possui um caríssimo valor de estacionamento. Além disso, o Via Café já deveria pensar em sua expansão, necessária para que o empreendimento possa continuar crescendo. E o planejamento agora pode gerar economia no futuro, quando tudo fica mais caro e difícil. Já o comércio de rua precisa estruturar-se para não permitir a precarização da região que vem valorizando. Os ambulantes que já atuam próximo do Via Café na Avenida Otávio Marques, comercializam produtos proibidos (cigarros eletrônicos, por exemplo), além de outros produtos sem qualidade, regulamentação e controle e nada se faz quanto a isso. Sem falar que o espaço precisa contar com melhor limpeza urbana, afinal temos um córrego nas imediações onde vai parar tudo que é jogado na rua e problemas de escoamento na região são um problema real e ainda não resolvido.
Quem fim levará?
A gestão Ciacci herdou um problema da gestão passada que ainda não foi solucionado: o que fazer com o Estádio Municipal Melão? Varginha não tem mais um time para disputar os campeonatos superiores. O Varginha Esporte Clube – VEC ainda engatinha na estruturação de uma equipe apta para as grandes disputas. E não custa dizer que os gastos de manutenção do Melão não são baratos. Outro problema que não envolve diretamente o Estádio Municipal Melão, mas é relacionado é quanto ao antigo ginásio do Melãozinho. A obra é um elefante branco que consumiu recursos públicos, deu prejuízo ao Município e até agora não foram encontrados culpados para ressarcir os cofres públicos. A gestão Ciacci trabalha na demolição do esqueleto da obra do ginásio para a construção de outra estrutura mais útil à sociedade. Certo é que o Estádio Municipal Melão e o espaço do Ginásio do Melãozinho continuam sendo um problema a resolver. O primeiro, precisa de ser assumido pela classe esportiva municipal, ocupado pelos atletas locais, utilizado pelas equipes de base de vários esportes. O segundo, precisa ser efetivamente concluído e entregue à sociedade e os dois projetos precisam se complementar, são anexos e fazem parte do mesmo projeto arquitetônico. Será que, nesta gestão, vamos ter solução definitiva destas estruturas?
Olimpo Federal
Notícia vinda do Congresso Nacional dá conta que mais um mineiro pode ser escolhido para fazer companhia ao ex-governador Antônio Anastasia como ministro no Tribunal de Contas da União. Trata-se do deputado federal Odair Cunha (PT/MG). Odair é um dos poucos deputados federais próximos a Lula e do núcleo duro do PT Nacional e tem a simpatia de nomes fortes do Congresso Nacional para ocupar vaga no Tribunal de Contas da União, indicado pela Câmara dos Deputados. Dizem que a eleição do presidente da Câmara Federal, Hugo Mota, teria passado pela negociação de vários pontos, inclusive o apoio da indicação de Odair Cunha para o importante posto no TCU que analisa as contas do governo federal, estatais e importantes instituições que movimentam bilhões de reais por mês! Se realmente for verdade, Odair Cunha deixa a política partidária para o chamado “olimpo federal, onde não precisa de votos e o poder e gordo salário estão garantidos até os 75 anos”.
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