confirma morte de mulher internada após tomar drink com metanol
Elisa Ribeiro
7 de out.
2 min de leitura
Fonte: O TEMPO
A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, confirmou o óbito de Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, que estava internada desde o final de setembro em um hospital municipal sob suspeita de contaminação por metanol – suspeita que foi posteriormente confirmada por exames. Bruna teria se intoxicado após ingerir bebida alcoólica adulterada e é a primeira morte oficialmente confirmada pela substância na cidade.
Na última sexta-feira (3), a Prefeitura havia informado que o estado de saúde da jovem se agravou, e os médicos avaliaram a abertura do protocolo de confirmação de morte cerebral, procedimento que verifica, de forma detalhada, se o cérebro do paciente ainda responde a estímulos ou se o quadro evoluiu para morte encefálica irreversível.
Em nota, a Secretaria de Saúde confirmou que Bruna "evoluiu a óbito após adoção de protocolo de cuidados paliativos". "A medida foi tomada pela equipe médica em conjunto com a família da paciente. A administração se solidariza com amigos e familiares e reforça que, enquanto esteve internada, a paciente recebeu a melhor assistência possível", afirmou a Prefeitura.
Até esta segunda-feira (6), a Vigilância Epidemiológica de São Bernardo do Campo registrou 78 notificações de suspeita de contaminação por metanol: seis óbitos e 72 pacientes atendidos na rede hospitalar pública e privada da cidade.
Dos seis mortos, cinco são homens e uma mulher. Até o momento, Bruna é a única com ingestão da substância confirmada. Nos demais casos, exames estão sendo realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) para confirmar ou descartar a contaminação.
Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados na noite desta segunda-feira (6), o Brasil contabiliza 17 casos de intoxicação por metanol confirmados e outras 200 ocorrências em investigação. A maioria está em São Paulo, que registra 15 casos confirmados e 164 sob investigação. Até o momento, 14 pessoas morreram, sendo duas confirmadas por intoxicação por metanol na capital paulista. O óbito de Bruna ainda não consta no balanço do Ministério da Saúde, divulgado antes da confirmação pela Prefeitura.
A administração municipal informou que a Vigilância Epidemiológica mantém contato com as famílias das vítimas e dos pacientes internados para identificar possíveis locais de consumo. Até esta segunda-feira, quatro estabelecimentos comerciais e lotes de bebidas foram interditados na cidade.
"A Polícia Civil também apreendeu algumas garrafas dos mesmos estabelecimentos, e a Delegacia de Investigações sobre Infrações contra o Meio Ambiente (DICMA) está à frente da investigação criminal", finalizou a Prefeitura.
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