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Continente americano perde certificado de eliminação do sarampo

  • gazetadevarginhasi
  • há 2 horas
  • 3 min de leitura
Continente americano perde certificado de eliminação do sarampo
Divulgação
Circulação sustentada da doença no Canadá levou à decisão da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); Brasil mantém status de país livre.

O continente americano perdeu o status de região livre de transmissão endêmica do sarampo, concedido há quase uma década. A decisão foi anunciada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) após constatar que o vírus circula de forma sustentada no Canadá há mais de 12 meses, configurando transmissão endêmica.

“Se um país da região perde o certificado, a região toda acaba perdendo essa condição”, explicou o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, durante coletiva na segunda-feira (10).

Situação pode ser revertida
Barbosa ressaltou que a perda é reversível, desde que os países intensifiquem a vacinação e a vigilância.
“Enquanto o sarampo não for eliminado no mundo, a região continuará sob risco de reintrodução do vírus. Mas já mostramos antes que, com compromisso político e vacinação sustentada, podemos recuperar o certificado”, afirmou.

De acordo com a Opas, até 7 de novembro de 2025 foram registrados 12.596 casos de sarampo em dez países das Américas, sendo 95% concentrados no Canadá, México e Estados Unidos.O número representa 30 vezes mais casos do que em 2024. A doença causou 28 mortes — 23 no México, três nos EUA e duas no Canadá.

Sete países enfrentam surtos ativos: Canadá, México, Estados Unidos, Bolívia, Brasil, Paraguai e Belize. Em 89% dos casos, os infectados não estavam vacinados ou tinham status vacinal desconhecido.

Crianças menores de um ano são as mais atingidas e também as mais vulneráveis a complicações graves, como encefalite, cegueira e morte.

Doença altamente contagiosa
O sarampo é uma das infecções mais contagiosas do mundo — uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 pessoas. Antes da disseminação das vacinas, causava cerca de 2,5 milhões de mortes infantis por ano.

“Pelo menos 95% da população precisa estar vacinada com as duas doses para interromper a transmissão. Sem isso, o vírus volta a circular”, reforçou Barbosa.

Situação no Brasil
Apesar de registrar 34 casos confirmados em 2025, o Brasil mantém o certificado de país livre do sarampo, reconquistado em novembro de 2024.Segundo o Ministério da Saúde, não houve transmissão interna sustentada.
Os casos foram detectados em:
  • Distrito Federal (1)
  • Rio de Janeiro (2)
  • São Paulo (1)
  • Rio Grande do Sul (1)
  • Tocantins (25)
  • Maranhão (1)
  • Mato Grosso (3)

O surto mais preocupante ocorreu em Campos Lindos (TO), após o retorno de quatro moradores infectados durante viagem à Bolívia. Eles transmitiram o vírus a outros 21 residentes, a maioria não vacinada. O caso ainda é considerado ativo.

Vigilância e vacinação
O presidente da Câmara Técnica para a Eliminação do Sarampo do Ministério da Saúde, Renato Kfouri, informou que a Opas recomendou reforço na cobertura vacinal da segunda dose e vigilância ampliada.

“Estamos detectando precocemente os casos, realizando bloqueios vacinais e atuando em bolsões de baixa cobertura”, afirmou.

Segundo Kfouri, a cobertura da primeira dose chega a 95%, mas cai para 80% na segunda, o que representa um alerta.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Isabela Ballalai, reforçou a necessidade de manter altas taxas de imunização:
“Se não chegarmos a 95% de cobertura, veremos novos surtos. A perda do certificado nas Américas é um retrocesso e um risco real para todos.”

Quem deve se vacinar
A vacina contra o sarampo é gratuita e faz parte do calendário básico infantil:
  • 1ª dose: aos 12 meses (tríplice viral – protege também contra caxumba e rubéola);
  • 2ª dose: aos 15 meses (tetraviral – reforça imunidade e inclui proteção contra catapora).

Pessoas de até 59 anos sem comprovante ou esquema completo devem atualizar a caderneta de vacinação no posto de saúde mais próximo.
Fonte: AgBrasil

Gazeta de Varginha

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