Dólar termina em queda, cotado a R$ 5,85, após decisões sobre juros no Brasil e nos EUA
31 de jan.
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O dólar fechou em queda de 0,25% nesta quinta-feira (30/01), cotado a R$ 5,85, refletindo o impacto das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, anunciadas no dia anterior.
O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, manteve sua taxa inalterada e interrompeu a série de cortes, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, ambas as ações em linha com as expectativas do mercado.
A sessão foi marcada por volatilidade para a moeda americana, que iniciou o dia em alta, alcançando a máxima de R$ 5,949, antes de perder força no decorrer da tarde. Já o Ibovespa disparou 2,75%, alcançando 126.833 pontos, impulsionado pelo otimismo dos investidores e pela valorização de 5% das ações da Vale.
No Brasil, o Copom manteve a previsão de alta da Selic, com um aumento de 1 p.p. para 13,25% ao ano, o primeiro encontro sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. O comitê sinalizou que uma nova alta de 1 p.p. deve ocorrer em março, caso a inflação continue sem convergência. No entanto, evitou se comprometer com o ritmo das decisões após março.
O principal objetivo da Selic é controlar a inflação, que está projetada para terminar o ano em 5,5%, acima da meta de 3% com margem de tolerância. Com a previsão de inflação mais alta para 2025, analistas acreditam que a Selic pode ultrapassar os 15% ao ano, a menos que sejam feitas reformas fiscais para equilibrar as contas públicas. No entanto, a falta de diretrizes claras sobre o futuro das taxas causou interpretações de que a Selic pode não atingir os níveis esperados.
O presidente Lula comentou sobre a decisão do Copom, afirmando que o governo fará sua parte para apoiar a inflação enquanto o Banco Central atua. Ele também destacou que não vê necessidade de novas medidas fiscais, embora possa reavaliar essa posição dependendo do cenário econômico. O presidente também afirmou que o Brasil continuará crescendo e que o salário mínimo será reajustado acima da inflação sem comprometer a estabilidade fiscal.
Nos Estados Unidos, o Fed manteve sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,5%, como esperado, mas ajustou seu comunicado, removendo menções sobre o progresso da inflação em direção à meta de 2%. O Fed acredita que a redução da inflação continuará em 2024, mas não indicou quando as taxas de juros podem ser reduzidas.
Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que ainda é cedo para avaliar o impacto das políticas econômicas de Donald Trump sobre a economia, incluindo as tarifas comerciais. O mercado aguarda para ver se as promessas de aumento das tarifas de importação serão de fato implementadas.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) novamente reduziu a taxa de juros e manteve a possibilidade de mais afrouxamento, com preocupações sobre uma possível estagnação econômica superando as da inflação.
O mercado também analisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o quarto trimestre de 2024, que mostrou um crescimento de 2,3%, uma desaceleração em relação aos 3,1% do trimestre anterior.
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