Eduardo Bolsonaro se coloca como "plano B" para 2026, com Jair Bolsonaro ainda sendo a principal aposta do PL
gazetadevarginhasi
5 de dez. de 2024
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Durante um evento conservador realizado na Argentina, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que, embora seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, seja o “plano A” para as eleições presidenciais de 2026, ele está disponível para ser o “plano B”. Mesmo com essa colocação, o filho de Bolsonaro deixou claro que não se vê como um pré-candidato. O evento em questão foi a CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), fórum que reúne importantes líderes conservadores.
Apesar de ser apontado como o candidato preferido do PL para 2026, Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 devido a condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o impede de disputar a próxima eleição. Em 2023, o ex-presidente foi condenado em três ocasiões, sendo duas por inelegibilidade, e uma decisão foi recentemente anulada.
A primeira condenação foi em junho de 2023, relacionada ao uso indevido de meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores, na qual fez acusações sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Em outubro, ele foi novamente condenado, dessa vez por abuso de poder político, ao utilizar o feriado do Dia da Independência de 2022 para promover sua campanha eleitoral. Mesmo com essas condenações, o ex-presidente ainda busca alternativas para poder se candidatar, incluindo um projeto de lei que oferece anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que poderia permitir sua reintegração ao cenário político.
No entanto, a tramitação desse projeto está congelada no Congresso, e o contexto se tornou mais difícil após o atentado à bomba contra o STF em novembro e a conclusão do inquérito da Polícia Federal, que investigou a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Diante disso, Bolsonaro tem se dirigido ao STF com apelos por uma medida de perdão, que ele acredita ser fundamental para "pacificar" o país. Além das condenações eleitorais, o ex-presidente também enfrenta investigações criminais que, se resultarem em condenações, podem torná-lo inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
A movimentação no PL para manter Bolsonaro como candidato principal em 2026 reflete uma estratégia semelhante à adotada pelo PT em 2018, quando o ex-presidente Lula, também inelegível na época, foi lançado como candidato antes de Fernando Haddad assumir a cabeça da chapa. No PL, embora Bolsonaro seja visto como a principal aposta, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, indicou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como uma possível alternativa para 2026, o que tem gerado especulações sobre uma possível migração de Tarcísio para o partido.
Eduardo Bolsonaro também se distanciou de algumas declarações de seu irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou que o "plano A é Jair Bolsonaro, e o plano B é o plano A". A posição de Eduardo também entra em contraste com a de Valdemar Costa Neto, que apontou Tarcísio como a opção número um para a presidência após Bolsonaro.
Em 6 de junho, Valdemar Costa Neto chegou a anunciar Eduardo Bolsonaro como candidato ao Senado, destacando-o como o futuro da sigla.
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