Enzo, de 4 anos, encontra doador de medula após campanha com apoio de Selton Mello
gazetadevarginhasi
16 de abr.
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Reproduçãao
Campanha com apoio de famosos mobiliza região e ajuda criança de 4 anos a encontrar doador de medula em MG.
A luta de uma família de Nepomuceno, no Sul de Minas, por um doador de medula óssea para o pequeno Enzo Veiga Guimarães, de 4 anos, ganhou um desfecho promissor nesta semana. Após uma intensa campanha realizada nas redes sociais e veículos de imprensa, apoiada inclusive pelo ator Selton Mello, dois doadores 100% compatíveis com a criança foram localizados.
Enzo foi diagnosticado com uma condição rara de imunodeficiência, a deficiência purina-nucleosídeo fosforilase. A síndrome, cujo único tratamento eficaz é o transplante de medula óssea, provoca infecções recorrentes, retardo no crescimento, distúrbios autoimunes e pode comprometer o sistema neurológico. A mesma doença causou a morte da irmã mais nova do garoto meses atrás.
A notícia de que o Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte, encontrou possíveis doadores foi recebida com emoção pelos familiares. “Surgiram dois possíveis doadores compatíveis com ele 100% e a gente agora está fazendo um procedimento dos exames. A avaliação dele vai ser dia 28 para o transplante”, informou o pai, Marcelo Veiga.
A comoção tomou conta da família, que desde o início da mobilização vinha sensibilizando centenas de pessoas a se cadastrarem como doadoras. “Foi muita alegria, muita mesmo. Foi choro, alegria, porque só Deus sabe o tanto que a gente estava lutando para isso, para poder encontrar essa cura dele. É através desse transplante. Eu sinceramente, não sei nem demonstrar”, contou, emocionada, a professora Cláudia Zacaroni, parente de Enzo.
A campanha gerou um efeito inesperado: o Posto Avançado de Coleta Externa (Pace), em Lavras, cidade vizinha a Nepomuceno, precisou suspender temporariamente o cadastro de novos doadores. Segundo a Fundação Hemominas, a demanda foi tão grande — com até 120 pessoas cadastradas em apenas um dia — que a cota da região se esgotou, o que comprometeria a variabilidade genética exigida no banco nacional.
“O Hemominas regionaliza as cotas dos cadastros de medula para haver uma maior variabilidade genética. Devido à campanha do Enzo, numa sexta-feira foram 120 pessoas ou uma média de 30 por coleta, e a cota da região de Lavras se esgotou”, explicou Luiz Gustavo Pereira, responsável pelo Pace local.
Apesar da pausa em Lavras, Pereira reforçou que o cadastro continua disponível em outros pontos de coleta em Minas Gerais e no restante do país. “É um trabalho muito importante porque a chance de conseguir alguém compatível é muito pequena. Em termos de Brasil é uma em 100 mil; no mundo, é uma em um milhão. Então a pessoa deve procurar se cadastrar, independente se está em Lavras, Nepomuceno ou no Rio de Janeiro. Esse cadastro é mundial”, concluiu.
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