Ibama realiza visita técnica ao depósito dos rejeitos do Césio-137 em Goiás
gazetadevarginhasi
há 9 minutos
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Divulgação Foto: July Branco/Min. da Saúde
Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participaram, no fim de novembro, de uma visita técnica ao Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), em Abadia de Goiás (GO). A atividade integrou a programação do Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear em Angra dos Reis (COPREN-AR), que faz parte do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).
O objetivo da visita foi reforçar o conhecimento sobre o acidente com césio-137 ocorrido em Goiânia, em 1987, e apresentar as rotinas de monitoração radiológica e ambiental. A comitiva acompanhou de perto a infraestrutura utilizada na gestão dos resíduos radioativos, que incluem roupas, móveis, veículos, animais sacrificados e estruturas demolidas, como casas e ruas inteiras. Segundo especialistas do CRCN-CO, as estruturas que armazenam esses materiais são consideradas invioláveis e não apresentam riscos de contaminação.
A programação contou ainda com uma palestra sobre o histórico do acidente, o processo de descontaminação e os critérios técnicos que levaram à escolha de Abadia de Goiás como depósito definitivo — entre eles a estabilidade geológica, a logística de transferência dos resíduos e a disponibilidade da área. A apresentação foi conduzida pelo novo coordenador do CRCN-CO, Almir Aniceto, e por Rugles César Barbosa, ex-coordenador do Centro.
O Ibama foi representado por integrantes do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas (Ceneac) e da Equipe Técnica de Atendimento a Emergências Ambientais em Goiás. Também participaram representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ministério da Saúde, Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) e Defesa Civil do Rio de Janeiro.
O CRCN-CO é responsável pela guarda e pelo monitoramento de 6 mil toneladas de rejeitos radioativos resultantes do maior acidente radiológico da história. O material está armazenado em duas estruturas de concreto instaladas em uma área de 32 alqueires no Parque Estadual Telma Otergal, às margens da BR-060, a cerca de 20 quilômetros de Goiânia. O centro também desenvolve pesquisas ambientais relacionadas à radioatividade.
A unidade possui quatro prédios — Centro de Informação, Laboratório de Radiologia, Centro de Estudos e Formação e Laboratório de Radioproteção — e conta com cerca de 30 servidores. O local é monitorado 24 horas pela Polícia Militar Ambiental e mantém uma equipe de emergência preparada para eventuais ocorrências. Anualmente, recebe cerca de 5 mil estudantes em visitas guiadas.