Indústria mostra crescimento tímido em junho com destaque para Nordeste e Minas Gerais

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Atividade industrial cresce em sete regiões no país, mas ritmo permanece arrefecido, aponta IBGE.

Em junho de 2025, a indústria brasileira avançou 0,1% em relação a maio, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional divulgados hoje (8) pelo IBGE. Sete dos 15 locais pesquisados apresentaram crescimento, liderados por Pernambuco (5,1%), Região Nordeste (2,8%), Minas Gerais (2,8%) e Bahia (2,1%). Essas regiões retomaram o crescimento após retrações em maio, de acordo com o analista Bernardo Almeida.

Segundo Almeida, apesar do avanço, o setor industrial nacional mantém um ritmo mais lento desde o segundo semestre de 2024. “A alternância entre quedas e altas mensais indica menor intensidade na produção. Isso está ligado a uma política monetária mais restritiva, com elevação da taxa de juros, impactando o desempenho econômico e industrial”, explica.

O Espírito Santo sofreu a maior queda em junho (-5,8%), que eliminou parte do crescimento de 16,5% registrado em maio. O setor extrativo, além de metalurgia e celulose, foram responsáveis pela redução da atividade industrial no estado. Também registraram resultados negativos Mato Grosso (-2,2%), Pará (-1,9%), Goiás (-1,7%), Ceará (-0,9%), Santa Catarina (-0,8%), São Paulo (-0,6%) e Rio Grande do Sul (-0,1%).

Na comparação anual com junho de 2024, a atividade industrial recuou 1,3%, com sete dos 18 locais pesquisados apresentando quedas significativas. Rio Grande do Norte (-21,4%), Mato Grosso do Sul (-11,7%) e Mato Grosso (-10,8%) destacaram-se com perdas de dois dígitos, influenciadas principalmente pelos setores de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis.

Em contrapartida, o Espírito Santo registrou o maior avanço anual (17,4%), impulsionado pelas indústrias extrativas, como minérios de ferro pelotizados e petróleo bruto.

No acumulado de 2025, a indústria cresceu 1,2% em relação ao ano anterior, com alta em dez das 18 regiões. Pará (6,9%), Paraná (5,2%) e Santa Catarina (4,4%) lideram o crescimento, apoiados por setores extrativos, metalurgia, máquinas, veículos e alimentos.

Por outro lado, São Paulo apresentou queda em todas as comparações: -0,6% frente a maio, -1,3% na comparação anual e -8,5% no acumulado de 2025. O estado enfrenta perdas nos setores extrativo, automotivo, derivados de petróleo, alimentos e farmacêutico, e está 22,9% abaixo do patamar mais alto registrado em março de 2011.

A PIM Regional, realizada pelo IBGE desde os anos 1970, acompanha mensalmente o desempenho industrial em 17 unidades da federação e na Região Nordeste, representando ao menos 0,5% da indústria nacional em cada área. Os dados completos podem ser consultados no banco de dados Sidra. A próxima divulgação será em 12 de setembro, referente a julho de 2025.

Fonte: IBGE