Líder do governo diz que placar apertado de Gonet não representa alerta para Messias no Senado

fonte: o tempo

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o placar apertado na recondução de Paulo Gonet à chefia da PGR não deve servir como sinal de dificuldade para a possível indicação de Jorge Messias ao STF. Para ele, as duas situações são bem diferentes.

Gonet foi aprovado por 45 votos — apenas quatro acima do mínimo exigido — e isso acendeu um alerta entre alguns senadores de que Messias, nome cotado por Lula, poderia enfrentar resistência semelhante. Wagner, porém, descarta essa leitura.

Segundo o senador, a votação de Gonet teve um componente particular: parte da oposição estava insatisfeita com o fato de o procurador ter denunciado o ex-presidente Jair Bolsonaro. “A votação do Gonet é muito diferente da do Messias. No caso do Gonet, havia um grupo forte contra ele por causa da denúncia. Depois, ele afirmou que era prerrogativa do Ministério Público apresentar a denúncia, e alguns entenderam isso como afronta ao Parlamento”, explicou.

Sobre Messias, atual ministro da AGU, Wagner disse não enxergar qualquer atrito relevante envolvendo o nome do jurista dentro do Senado.

O senador também afirmou acreditar que Lula deve se reunir nos próximos dias com Davi Alcolumbre (União-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Pacheco, que é visto como o principal concorrente de Messias na disputa, conta com apoio de Alcolumbre e de setores do centro. Apesar disso, Lula não indica intenção de nomeá-lo para o Supremo por enquanto.

Para Pacheco, o plano do presidente é outro: lançá-lo candidato ao governo de Minas Gerais em 2026 — um assunto que também deve entrar na conversa prevista para esta semana. O mineiro, no entanto, ainda não deu aval à ideia.

Na agenda de Lula, há viagens programadas para Tocantins nesta terça-feira (18/11) e para Belém na quarta (19/11), onde participa das negociações finais da COP30. No fim de semana, o presidente embarca para a Cúpula do G20, na África do Sul.