top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Modelo de físico brasileiro foi essencial para experimentos que renderam o Nobel de Física 2025

  • Foto do escritor: Elisa Ribeiro
    Elisa Ribeiro
  • 9 de out.
  • 2 min de leitura
Modelo de físico brasileiro foi essencial para experimentos que renderam o Nobel de Física 2025
Divulgação Foto: Jornal da Unicamp
Os experimentos que levaram três físicos estrangeiros a receber o Prêmio Nobel de Física 2025 só foram possíveis graças a um modelo teórico desenvolvido em parceria com um cientista brasileiro: Amir Ordacgi Caldeira, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do CNPq.

O chamado modelo Caldeira-Leggett, formulado por Caldeira e pelo físico britânico Anthony Leggett na década de 1970, foi fundamental para que os laureados — o britânico John Clarke, da Universidade da Califórnia em Berkeley, o francês Michel H. Devoret e o americano John Martinis, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz — conseguissem comprovar princípios quânticos em escalas maiores que a atômica e subatômica, conhecidas como escala mesoscópica.

Caldeira é professor titular da Unicamp e bolsista de Produtividade em Pesquisa 1A do CNPq desde 1982. O modelo que leva seu nome é considerado um marco para a compreensão de sistemas quânticos dissipativos, permitindo demonstrar como partículas interagem com o ambiente e transitam entre comportamentos quânticos e clássicos — um dos temas centrais da física moderna.

Segundo o pesquisador, o Nobel deste ano “evidencia a importância da mecânica quântica para sistemas mais amplos do que aqueles originalmente contemplados pela teoria”, ampliando o entendimento sobre fenômenos em que efeitos quânticos e clássicos competem entre si. Essa fronteira de estudo é a base para diversas tecnologias quânticas emergentes, como os computadores quânticos e circuitos supercondutores.

O físico e historiador da ciência Olival Freire Jr., diretor científico do CNPq e editor de The Oxford Handbook of the History of Quantum Interpretations, destacou que a presença do nome de Caldeira nas referências do Nobel “expressa a pujança da ciência brasileira na rota das tecnologias quânticas”, assim como ocorreu em 2012, quando os cientistas Luiz Davidovich e Nicim Zagury também foram citados em estudos premiados.

O modelo Caldeira-Leggett, desenvolvido no final dos anos 1970, explica como um sistema quântico interage com seu entorno, fenômeno que leva à dissipação de energia e à decoerência quântica — processo que faz um sistema perder sua capacidade de manter estados de superposição e entrelaçamento. A teoria também possibilitou o desenvolvimento de experimentos ultrassensíveis e aplicações em circuitos elétricos, contribuindo para o avanço da física de materiais e da computação quântica.

Trajetória de Amir Caldeira
Nascido no Rio de Janeiro, Amir Ordacgi Caldeira é professor do Departamento de Física da Matéria Condensada do Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp. Graduou-se e fez mestrado em Física na PUC-Rio antes de obter o doutorado na University of Sussex, no Reino Unido, sob orientação de Anthony Leggett, vencedor do Nobel de Física de 2003.

Durante sua carreira, Caldeira
realizou pós-doutorado nos Estados Unidos, no Kavli Institute for Theoretical Physics (KITP) e no Thomas J. Watson Research Laboratory, da IBM, em Nova York. De 2009 a 2014, coordenou o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Informação Quântica (INCT-IQ), com apoio do CNPq.

Reconhecido internacionalmente, o pesquisador segue contribuindo com estudos sobre dissipação quântica e sistemas de elétrons fortemente correlacionados, consolidando o nome da ciência brasileira entre as referências globais da física teórica.
Fonte: AgBrasil

Comentários


Gazeta de Varginha

bottom of page