Namorado que matou mulher trans com pisões na cabeça tem prisão preventiva decretada
gazetadevarginhasi
há 5 dias
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Divulgação
Homem é indiciado por feminicídio de mulher trans em Belo Horizonte; vítima foi morta com pisões na cabeça.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito que apura o assassinato de uma mulher trans, de 45 anos, morta com pisões na cabeça pelo namorado, de 24, em Belo Horizonte, no último dia 20 de outubro, na região de Venda Nova. O suspeito, preso em flagrante no dia do crime, teve a prisão convertida em preventiva após as investigações conduzidas pelo Núcleo de Combate ao Feminicídio, do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a delegada Iara França, responsável pelo caso, o casal discutiu dentro de um supermercado antes de sair para a rua, onde as agressões começaram. O crime ocorreu em plena luz do dia e foi registrado por câmeras de segurança.
“A partir do momento em que saem do estabelecimento, ele começa a agredi-la com socos, e ela já cai ao solo. Nós contabilizamos sete pisões na cabeça dela — isso filmado por câmera de segurança. Ele estava descalço, com porte físico avantajado, e em cerca de dez segundos tirou a vida da vítima”, detalhou a delegada.
Histórico de violência
De acordo com as investigações, o casal mantinha um relacionamento há cerca de três anos, marcado por episódios de violência. O ciclo de agressões vinha se agravando, e a vítima havia tentado encerrar a relação em pelo menos três ocasiões.
“Ela chegou a pedir socorro à família duas semanas antes de ser morta. Em uma das mensagens, afirmou que ia morrer”, relatou Iara França, acrescentando que familiares chegaram a encontrar a mulher com marcas de agressão.
A vítima, no entanto, não chegou a registrar ocorrência formal contra o companheiro. A delegada reforçou que mulheres trans têm direito à mesma proteção prevista na Lei Maria da Penha, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de fevereiro deste ano.
“É importante frisar que a mulher trans tem hoje reconhecidos os mesmos direitos da mulher cisgênero. Ela também é amparada pela Lei Maria da Penha e pode solicitar as mesmas medidas protetivas”, destacou.
Prisão e andamento do caso
No dia do crime, o suspeito foi preso pela Polícia Militar durante patrulhamento de rotina na região. Encaminhado à Polícia Civil, teve o flagrante ratificado e, ao prestar depoimento, optou pelo silêncio. Posteriormente, a Justiça atendeu ao pedido da PCMG e converteu a prisão em preventiva.
O homem permanece detido no sistema prisional, à disposição da Justiça.
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