OMS divulga primeiras diretrizes para uso de canetas emagrecedoras no combate à obesidad
gazetadevarginhasi
há 26 minutos
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OMS lança diretrizes inéditas para uso de canetas emagrecedoras no combate à obesidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira (1º) suas primeiras diretrizes sobre o uso de medicamentos do tipo GLP-1 — conhecidos comercialmente como Ozempic, Wegovy e Mounjaro — para o tratamento da obesidade crônica em adultos. A medida marca um novo capítulo na estratégia global contra a doença, que já afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
Os fármacos, originalmente desenvolvidos há cerca de uma década para o tratamento da diabetes, ganharam popularidade nos últimos anos devido à sua eficácia na perda de peso. Eles imitam a ação do hormônio GLP-1, responsável por estimular a secreção de insulina e promover sensação de saciedade por meio de mecanismos cerebrais.
Segundo a OMS, mais de 3,7 milhões de pessoas morreram em 2024 em decorrência de doenças relacionadas à obesidade. A projeção da agência aponta que o número de pessoas obesas pode dobrar até 2030, caso medidas robustas não sejam adotadas.
O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou que a obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade. Ele destacou, porém, que os medicamentos não devem ser encarados como solução isolada: “Embora os medicamentos por si só não resolvam esta crise mundial de saúde, os tratamentos com GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir os danos associados”, afirmou.
O que dizem as diretrizes
O documento recomenda que os medicamentos GLP-1 sejam usados em adultos — com exceção de gestantes — para tratamento de longo prazo da obesidade. No entanto, a OMS ressalta que ainda há lacunas importantes sobre a segurança e a eficácia desses remédios em períodos prolongados.
A agência reforça que o uso das canetas deve ser combinado com uma dieta equilibrada, prática regular de atividade física e políticas públicas que promovam ambientes mais saudáveis.“Não se pode considerar estes fármacos como uma solução mágica”, afirmou o subdiretor-geral da OMS, Jeremy Farrar.
Desafios e impactos globais
Além do impacto direto na saúde, a obesidade pode gerar custos econômicos estimados em até US$ 3 trilhões (cerca de R$ 16 trilhões) anuais até o fim desta década, alerta a OMS.“Se não conseguirmos mudar a curva, a pressão sobre os sistemas de saúde será insustentável”, advertiu Farrar.
Especialistas da agência afirmam que, apesar das limitações, os GLP-1 podem ajudar a alterar a trajetória epidemiológica da doença. No entanto, há preocupação com o alto custo dos medicamentos e a possibilidade de que não estejam disponíveis para países de baixa renda — justamente onde poderiam salvar mais vidas.
O aumento da demanda para tratamento de obesidade também tem provocado escassez do produto para pacientes com diabetes, público para o qual os remédios foram originalmente criados.
Em setembro, a OMS incluiu os GLP-1 em sua lista de medicamentos essenciais, com o objetivo de ampliar o acesso global e estimular a produção de versões genéricas mais acessíveis.