Operação Arremate: Polícia Civil prende líder e operador financeiro de quadrilha de desmanche de motos em MG
gazetadevarginhasi
23 de out.
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Divulgação
Polícia Civil desmonta núcleo financeiro de organização criminosa especializada em desmanche de motocicletas.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta quarta-feira (22/10), a operação Arremate, com o objetivo de desarticular a liderança e o núcleo financeiro de uma organização criminosa envolvida no furto, desmanche e adulteração de sinais identificadores de motocicletas. Durante a ação, foram presos dois homens — o suposto líder do grupo, de 42 anos, e o operador financeiro, de 27 anos.
As investigações, conduzidas pela 3ª Delegacia de Polícia Civil em Sabará, apontam o líder como um dos principais articuladores de furtos e desmanches de motos em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, atuando pelo menos desde 2023. Ele seria responsável por coordenar tanto a execução dos crimes quanto a destinação das peças obtidas ilegalmente.
Esquema de revenda e descarte
De acordo com a PCMG, as peças sem numeração ou rastreabilidade, como carenagens e painéis, eram revendidas no mercado ilícito de moto peças. Já as partes rastreáveis, como chassi e motor, eram descartadas em áreas de vegetação, dificultando a localização e a recuperação pelas autoridades.
O chefe do 3º Departamento de Polícia Civil, delegado Helton Cota, destacou a importância das prisões:
“Acreditamos que a prisão da liderança impactará positivamente na redução desse tipo de crime na região”, afirmou.
Apreensões e interdições
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os policiais recolheram documentos vinculados à investigação e motocicletas com chassi raspado. As apurações também identificaram que o líder possuía duas empresas do setor de moto peças, localizadas em Pedro Leopoldo (MG) e Teixeira de Freitas (BA) — ambas interditadas durante a operação.
Lavagem de dinheiro e bloqueios judiciais
A operação também mira o enfrentamento à lavagem de capitais. Segundo o delegado Thiago Chevalier, titular da 3ª Delegacia de Sabará, foram identificadas empresas fantasmas criadas para ocultar o patrimônio ilícito.O operador financeiro preso seria o responsável formal por essas empresas, mas quem controlava efetivamente o fluxo de recursos era o líder da quadrilha.
“Era o líder quem vinculava os indivíduos, pagava os furtadores e os desmanchadores, utilizando as contas dessas empresas fantasmas”, explicou Chevalier.
Dentro das medidas de descapitalização do grupo, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias e a apreensão de um veículo avaliado em aproximadamente R$ 250 mil.
Desdobramento da operação Exúvia
A operação Arremate é um desdobramento da operação Exúvia, deflagrada em 29 de abril deste ano, também pela 3ª Delegacia de Sabará. Na primeira fase, 13 investigados foram presos, dois flagrantes foram lavrados e um veículo usado para transporte de peças ilícitas foi apreendido.
A partir dos resultados obtidos, as investigações avançaram para a atual etapa, com foco na prisão da liderança e no bloqueio do patrimônio obtido com o esquema criminoso. As apurações continuam para identificar outros envolvidos, rastrear o fluxo financeiro e recuperar bens desviados.
Participação integrada
A operação contou com o apoio de unidades da PCMG na capital e na Região Metropolitana, além da Receita Estadual de Minas Gerais e da Polícia Civil da Bahia.
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