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Opinião com Luiz Fernando Alfredo - 11/11/2025

  • gazetadevarginhasi
  • 11 de nov.
  • 3 min de leitura
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As escolhas de Deus


A escolha de Deus por Saulo de Tarso, posteriormente conhecido como Paulo, revela Sua soberania e sabedoria, muitas vezes operando além de nossa compreensão humana. Essa decisão demonstra que, na infinita misericórdia divina, Deus pode transformar até os maiores inimigos do Evangelho em instrumentos de Sua graça. Como podemos compreender essa escolha? Quais limites existem para a soberania de Deus em nossas vidas e ministérios?

Em Atos 9:15, Jesus revela Sua própria escolha: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante das nações, e dos reis, e dos filhos de Israel.” A expressão “vaso escolhido” indica um propósito divino específico na vida de Paulo. Mas nos perguntamos: qual é o nosso entendimento sobre o que significa ser “escolhido”? Estamos conscientes de que Deus pode usar os mais improváveis, os considerados fracos ou até mesmo os inimigos do Evangelho, para cumprir Seus propósitos maiores?

A transformação de Saulo, de perseguidor a apóstolo, evidencia que a graça de Deus é suficiente para mudar o coração humano. Como essa graça se manifesta hoje? Quantas pessoas, talvez até mesmo entre nós, carregam uma história de resistência ou oposição à fé, mas estão chamadas a uma mudança radical? E nós, como temos tratado aqueles que parecem distantes ou contrários à nossa visão de fé?

Através de Paulo, o Evangelho se expandiu além do judaísmo, alcançando o mundo gentio, cumprindo a promessa de Jesus em Mateus 28:19-20: “Ide, fazei discípulos de todas as nações.” Essa expansão foi possível porque Deus utilizou alguém com formação cultural e política diversificada. Mas refletimos: estamos realmente abertos às diferentes formas de expressão de fé? Como podemos evitar que interesses pessoais, culturais ou políticos distorçam o verdadeiro Evangelho? Como discernir entre a fidelidade à mensagem de Cristo e interesses que buscam vantagem própria?

A Bíblia reforça que Deus usa as coisas loucas do mundo para envergonhar as sábias (1 Coríntios 1:27) e que Sua força se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12:9). Esses ensinamentos nos desafiam a identificar onde estamos colocando nossa confiança: na força, na sabedoria ou na graça de Deus? Como podemos garantir que nossa fé não seja superficial, mas fundamentada na verdadeira dependência de Deus?

A narrativa de Paulo nos convida a refletir: quem somos nós para julgar o potencial de transformação de alguém? Como podemos deixar de lado nossos preconceitos e abrir espaço para a ação de Deus na vida de quem consideramos “impossível” de ser mudado? Que papel temos na história de salvação de alguém? E, mais importante, qual é o nosso papel na manutenção de uma mensagem autêntica, livre de interesses pessoais ou interesses de poder?

Na sociedade atual, há uma tendência de evitar afirmações absolutas sobre Deus, por respeito às diversas crenças ou por medo de parecer prepotente. Contudo, Jesus afirmou em Mateus 10:32-33: “Quem reconhecer a meu respeito diante dos homens, também o reconhecerei diante do meu Pai que está nos céus.” Como temos sido testemunhas corajosas de nossa fé? Estamos dispostos a sermos verdadeiros portadores da mensagem de Cristo, mesmo diante de preconceitos e perseguições?

Muitos se sentem movidos por uma fé profunda, inspirada por algo divino, muitas vezes sem buscar recompensas materiais. Essa busca genuína por conexão com Deus é louvável, mas também nos faz questionar: estamos atentos às possíveis distorções dessa espiritualidade? Como podemos evitar que interesses pessoais, ambições ou interesses materiais contaminem nossa relação com Deus e nossa prática de fé?

Refletindo sobre Paulo, podemos imaginar sua coragem diante de preconceitos e perseguições. Quantos hoje, em diferentes contextos, enfrentam obstáculos semelhantes por manter sua fé ou pregar verdades difíceis? Como eles resistem às tentações de conformar a mensagem ao que é conveniente ou seguro? E quanto às lideranças religiosas que, por interesses materiais, podem distorcer o Evangelho, vendendo uma versão superficial ou mercantilizada de Deus? Como podemos denunciar essas distorções sem perder o foco na essência do verdadeiro Evangelho: transformar vidas e revelar o amor infinito de Deus?

É, Paulo combateu realmente o bom combate!

Por fim, nos perguntamos: que tipo de “Paulo” somos hoje? Independentemente de religião ou denominação, estamos cientes de que Deus “é” o que é — infinito, soberano, misericordioso — e que nada está além d’Ele? Estamos dispostos a refletir essa verdade em nossas ações, palavras e testemunho?
Luiz Fernando Alfredo

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