O Papa Francisco declarou certa vez que Genesis não é literal
“O Papa Francisco afirmou aos cientistas, na Academia Pontifícia das Ciências em 2014, que Deus não criou o Universo com uma "varinha mágica", mas sim que o Big Bang e a evolução são ferramentas utilizadas pelo Criador para a criação. Ele criticou a ideia de Deus como um "mago" e declarou que as teorias do Big Bang e da evolução não contradizem a fé, mas a exigem, pois o universo e a vida evoluem a partir de um princípio criador que ama e atua com base em leis internas.”
Detalhes da declaração:
“Contra a ideia de um "mago": “Francisco criticou a noção de que Deus seja um "mágico com uma varinha de condão" capaz de criar tudo de uma vez.”
“Big Bang e Evolução como ferramentas divinas: “Ele afirmou que o Big Bang, a explosão primordial que originou o universo, e a evolução da vida são processos que não se opõem à criação divina, mas que, na verdade, a demandam.”
“Deus atua por meio de leis internas: “O Papa explicou que Deus criou os seres com leis internas e lhes deu autonomia, permitindo que se desenvolvessem conforme essas leis.”
“Criação por amor: “A criação do mundo, para Francisco, não é obra do acaso ou do caos, mas um ato de um princípio supremo que cria por amor.” “Contexto da fala: As declarações foram feitas durante a inauguração de um busto do Papa emérito Bento XVI, na Academia Pontifícia das Ciências.”
“O Papa Emérito Bento XVI via a narrativa de Gênesis não como um relato literal e científico da criação, mas como uma verdade teológica e espiritual, focando no significado de Deus como criador e na dignidade da criação. Ele não se opunha à visão moderna da evolução, desde que esta não negasse a intervenção divina e a alma humana.” (Copiado). Menos político e mais literal.
A Igreja Católica reza dois credos (o Credo dos Apóstolos e o Credo Niceno-Constantinopolitano) porque ambos expressam a mesma fé, mas de formas diferentes: o Credo dos Apóstolos é um resumo mais antigo e simples, enquanto o Credo Niceno é mais detalhado, tendo sido desenvolvido por concílios para combater heresias e esclarecer doutrinas. O Credo Niceno é mais comum nas Missas dominicais e solenidades, enquanto o dos Apóstolos é usado em celebrações mais simples e na catequese.
O que ele quis dizer com “Gênesis não é literal”? o Papa Francisco costumava lembrar que Gênesis não é um livro de ciência. Ele é um texto sagrado, escrito em linguagem poética, simbólica e narrativa própria de seu tempo, que transmite verdades sobre Deus, a criação, a relação entre Deus e a humanidade e o pecado.
Em vez de oferecer um relatório científico, o Gênesis apresenta verdades de fé (quem é Deus, como o mundo veio a existir, qual é a relação do homem com Deus) usando imagens e estilos literários da época.
Por que ele continuava rezando o Credo? O Credo é uma profissão de fé, ou seja, uma declaração daquilo em que a Igreja acredita! Ele está proclamando um tratado científico ao rezar o Credo, afirmando a fé num Deus criador, num Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, na encarnação, na ressurreição, etc. Mesmo reconhecendo que Gênesis usa linguagem não literal? A fé cristã sustenta que Deus é o Criador de tudo, e o Credo é a síntese dessa fé! Não coaduna os argumentos do Sumo Pontífice, para nós!
Como isso se encaixa: pode haver verdade bíblica e verdade científica ao mesmo tempo, em planos diferentes. A Igreja ensina que a Bíblia transmite verdades de fé e moral, às vezes em linguagem não literal; a ciência pode investigar como ocorreu a criação dentro do que a fé já afirma ser Deus, Criador. O Papa ressalta essa compatibilidade entre fé e ciência, desde que se leia a Bíblia com o devido cuidado literário e teológico.
Em resumo, é contraditório dizer que “Gênesis não é literal” e ao mesmo tempo “rezar o Credo”. O primeiro é sobre o gênero literário e o significado teológico de Gênesis; o segundo é a profissão de fé que afirma quem é Deus, quem somos nós diante dele e o que cremos sobre a criação, a salvação e a vida eterna.
A opinião de que Gênesis não é literal e que ciência e fé podem coexistir sem conflito não é novidade, mas merece escrutínio, especialmente quando emanada como novidade essencial de uma autoridade que já passou séculos ensinando de outra maneira. Dizer que a Bíblia não é um manual de cosmologia, embora plausível para a leitura teológica, não cancela a exigência de fidelidade aos textos como eles foram recebidos pela tradição. A Igreja, ao longo de séculos, sustenta que a veracidade da criação, a dignidade humana e o plano de salvação são temas centrais que não podem ser reduzidos a uma leitura meramente alegórica sem desfigurar o conteúdo da revelação. Parece perigoso separar doutrina de história, pois o Credo, a ressurreição e a criação caminham juntos na fé recebida pela comunidade dos fiéis. Em resumo, há quem questione a necessidade de uma leitura literal para manter a clareza da verdade revelada e da identidade cristã; essa posição, contudo, não pode ser apresentada como inevitável, nem como a única forma legítima de entender Gênesis.
Já fizemos um editorial falando sobre isso, porém, como alguns leitores insistiram para voltarmos ao tema, obedecemos, contudo, somos pequenos demais perante a importância de um Papa, mas quanto a fé não abrimos mão do que acreditamos.
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