O que aconteceu com a fé dos adolescentes e jovens atualmente
Durante uma conversa com amigos, entre vários assuntos, surgiu comentários sobre religiões, fé e espiritualidade, especificamente, o fenômeno da diminuição da presença de adolescentes e jovens nas práticas religiosas, o que é um tema complexo que envolve múltiplas dimensões sociais, culturais e espirituais, daí resolvemos pesquisar e escrever sobre o desinteresse das pessoas nas religiões, em especial os de faixas etárias até quarenta anos.
O Cristianismo destaca-se como maioria no Brasil, representando 87% dos brasileiros, entretanto, àqueles que se declaram praticantes são muito aquém do percentual geral do Cristianismo, preferimos não citar o número, porque são várias religiões cristãs, mas é o suficiente para verificarmos que número de praticantes da geração iniciada em 1980 é irrisório.
A busca pela autonomia, pela autoexpressão e pela conexão com causas sociais e ambientais, muitas vezes se sobrepõe à adesão a rituais e dogmas religiosos. A espiritualidade, para muitos jovens, passa a ser vista como uma experiência pessoal, mais do que uma prática coletiva, o que pode resultar na diminuição da frequência às atividades litúrgicas.
A educação, por sua vez, tem um papel crucial nesse cenário. O ensino das ciências, a promoção do pensamento crítico e a exposição a diversas correntes filosóficas podem levar a uma reavaliação das crenças tradicionais. Isso não significa necessariamente uma negação da fé, mas uma busca por respostas que façam sentido em um mundo em constante mudança.
Em suma, a diminuição da presença de jovens nas práticas religiosas é um reflexo das transformações sociais e culturais que estamos vivenciando. É um convite à reflexão e à ação, para que possamos encontrar maneiras de tornar a experiência religiosa mais relevante e significativa para as novas gerações. Sabemos que é quase utópica, mas tudo é possível.
Carl Jung, um dos fundadores da psicologia analítica, teve uma abordagem complexa em relação à religião e à espiritualidade. Ele via a religião como uma expressão fundamental da psique humana, um meio de lidar com os aspectos mais profundos da existência e da experiência humana. Jung acreditava que, embora as religiões organizadas pudessem ter problemas, a busca por significado e a conexão com o sagrado eram essenciais para a saúde psicológica.
O desinteresse pela religião que observamos em muitas sociedades contemporâneas pode ser, em parte, uma reação ao que Jung chamava de “pobreza espiritual”. Ele argumentava que a modernidade, com sua ênfase na razão e no materialismo, poderia levar à alienação e à falta de propósito. Para Jung, a espiritualidade não se limitava às práticas religiosas tradicionais; ele enfatizava a importância de uma conexão pessoal com o inconsciente e com os símbolos arquetípicos que permeiam a experiência humana.
Assim, a obra de Jung pode ser vista como um convite à reflexão sobre o que significa ser humano em um mundo que muitas vezes parece indiferente ao espiritual. Em vez de um desinteresse total pela religião, a obra de Jung sugere que as pessoas podem estar buscando formas alternativas de espiritualidade e significado fora das instituições tradicionais. Ele encorajou a exploração individual da psique, a compreensão dos sonhos e a busca por um sentido mais profundo, que pode ser visto como uma forma de religiosidade pessoal, mesmo em um contexto de desinteresse pelas formas tradicionais de religião.
Finalisando, citamos a frase famosa de Carl Gustav Jung, “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
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