Como pode um homem vulgar, sem cultura sólida, muito esperto e mau, descondenado por benevolência ideológica de uma Suprema Corte, voltar ao poder com um passado repleto de crimes e escândalos? Como alguém que desviou recursos públicos do BNDES para financiar regimes autoritários em Cuba, Venezuela e países africanos, que admira ditaduras como Irã, Rússia e China, e que se cerca de aliados próximos ao crime organizado, ainda consegue posar de estadista diante do mundo?
O segredo está na manipulação do discurso, no populismo de vitrine e na fragilidade de nossas instituições. Parte do Judiciário ajoelha-se à conveniência política; o Legislativo, em grande medida, negocia sua dignidade por emendas e cargos; e o povo, exausto e desinformado, acaba anestesiado pela propaganda e pelo imediatismo da sobrevivência.
A velha tática da inversão moral — acusar os adversários daquilo que o próprio governo faz — segue funcionando. E, enquanto isso, a oposição se divide, a imprensa tradicional silencia seletivamente, e o país afunda em desânimo e descrédito.
Vivemos um tempo em que a mentira se institucionalizou e a corrupção é tratada como método de governo. A meritocracia virou palavra proibida, e a impunidade, regra tácita. O poder parece rir da ética, e o cidadão honesto, cansado, apenas observa, impotente.
Mas fica a pergunta inevitável que não podemos calar; sabemos que é incômoda para muitos desinformados, que acreditam no Lula e não suporta o Bolsonaro:
até quando o Brasil suportará ser governado pela farsa, pela hipocrisia e pela mentira.
Depois de ficarmos sabendo que as críticas sobre nosso texto passado: “a face oculta de Lula”, foram contundentes, por tocar num ponto sensível da história política recente do Brasil, pois muitos leitores com certeza, simpatizantes do Lula, não gostaram das nossas críticas, o que lamentamos, se bem que certos nomes que apareceram nas mídias sociais são minoria de figurinhas carimbadas de anos atrás. Nos alegramos, vendo que a direita é maioria esmagadora em Varginha – Brasil parece ter jeito!
De fato, há uma contradição moral e ética evidente quando alguns que foram beneficiados por anistias políticas no passado — em nome da “reconciliação nacional” — hoje se colocam frontalmente contra qualquer possibilidade de anistia ou perdão a outros brasileiros, muitas vezes movidos por interesses ideológicos, revanche ou conveniência política.
A anistia, em sua essência, é um instrumento de pacificação e justiça de transição. Mas no Brasil, ela foi frequentemente usada como ferramenta de poder: absolve aliados, pune adversários. Quando o perdão é seletivo, deixa de ser justiça e vira manipulação.
O ser humano, quando dominado pela ambição, tende a transformar princípios em armas. O mesmo discurso que antes clamava por “liberdade, democracia e perdão” agora se converte em “punição exemplar” — não por amor à lei, mas por cálculo político. É a velha máxima de Maquiavel atualizada: quem está no poder não mede meios para permanecer nele.
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