Polícia Civil apura morte de cadela comunitária atacada por cães da raça Pit Monster em condomínio de Ijaci (MG)
gazetadevarginhasi
30 de out.
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fonte: g1
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de Kira, uma cadela comunitária que vivia em um condomínio de casas em Ijaci (MG) e foi atacada por dois cães da raça Pit Monster na segunda-feira (27). Moradores afirmam que os mesmos animais já haviam protagonizado outros ataques a pessoas e animais no Condomínio Lagoa Verde, e relatam viver com medo de novas ocorrências.
De acordo com os relatos, Kira já havia sido atacada pelos mesmos cães em agosto do ano passado, quando ficou gravemente ferida, mas conseguiu se recuperar. Desta vez, as lesões foram fatais.
“Esses cães a gente não sabe se estão presos ou soltos. As caminhadas, as crianças andando de bicicleta, ninguém tem isso mais aqui no condomínio. Todos estamos com medo. Desde o primeiro ataque, perdemos o direito de ir e vir”, contou um morador.
Outro morador reforçou a preocupação com a segurança no local: “Tem câmeras que filmaram eles durante o dia e a noite. O que aconteceu com a Kira não pode ser um caso isolado. Poderia ter sido uma criança ou um idoso. Esses cachorros vão na jugular”.
Investigação e providências
A Polícia Militar Ambiental registrou um boletim de ocorrência e o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que apura as circunstâncias da morte. Segundo o tenente Renan Alves dos Santos, comandante do Grupamento de Meio Ambiente de Lavras, o tutor dos animais pode responder por omissão de cautela, conforme a Lei de Contravenções Penais.
“Nós não temos uma ação humana incentivando os animais ao ataque, mas uma possível omissão na guarda e na cautela desses animais. Isso é previsto na lei e será investigado”, explicou o oficial.
A Associação de Moradores do Condomínio Lagoa Verde informou que adotou medidas administrativas e acionará a Promotoria de Meio Ambiente de Lavras. “Assim que chegar o boletim de ocorrência, vamos protocolar o pedido de retirada dos animais do condomínio”, afirmou o vice-presidente da associação, Alan
Martins Ferreira Diniz.
O setor de controle de zoonoses de Ijaci acompanha o caso. Segundo o responsável técnico, Cleverton Stoikovick Pereira, o município não possui estrutura adequada para manter cães apreendidos. “A gente não tem canil para resgatar e manter animais até que sejam doados. O espaço atual é apenas para isolamento de animais doentes ou em pós-operatório”, informou.
Em nota, os tutores dos cães lamentaram o ocorrido e afirmaram que os animais não foram deixados soltos de forma intencional, explicando que eles escaparam por uma fresta na grade enquanto os donos estavam trabalhando. Os responsáveis disseram ainda que os cães convivem diariamente com crianças e que já reforçaram as estruturas do imóvel para evitar novas fugas.
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