PRF intercepta 103 kg de ouro e expõe força do crime organizado na Amazônia
gazetadevarginhasi
6 de ago.
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Divulgação
Maior apreensão de ouro ilegal em rodovias federais é resultado do Plano Amazônia.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou, nesta segunda-feira (4), em Roraima, a maior apreensão de ouro ilegal da história das rodovias federais e uma das maiores já registradas no Brasil. A ação, que integra as estratégias do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano AMAS), culminou na interceptação de mais de 103 quilos de ouro avaliados em mais de R$ 60 milhões.
O material estava escondido em uma caminhonete abordada nas proximidades da Ponte dos Macuxis, na BR-401, uma das principais ligações entre Boa Vista e o interior do estado. O veículo era conduzido por um homem de 30 anos, que estava acompanhado da esposa e de uma criança de colo. Segundo as autoridades, a suspeita é de que o ouro seja oriundo da Terra Indígena Yanomami.
Essa não foi a primeira ocorrência do tipo na região. Em novembro do ano passado, a PRF já havia apreendido 21 kg de ouro em circunstâncias semelhantes, na BR-174, no distrito de Jundiá, em Rorainópolis.
Resultados expressivos
Desde sua adesão ao Plano AMAS, em meados de 2023, a PRF tem obtido números expressivos no combate aos crimes ambientais e ao crime organizado na Amazônia Legal. Mesmo antes da chegada de recursos e equipamentos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a corporação já acumulava recordes operacionais. Foram mais de 1,8 milhão de veículos e 2,3 milhões de pessoas abordadas – muitas delas com extensa ficha criminal. No total, a PRF já realizou mais de 23.500 ações de fiscalização na região.
Além das apreensões e prisões, a PRF tem causado grandes prejuízos às organizações criminosas com a inutilização de equipamentos empregados no garimpo ilegal, como balsas, dragas, escavadeiras, caminhões, tratores, aeronaves e veículos.
Investimentos e reforço de efetivo
O Plano AMAS prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão, com recursos do Fundo Amazônia administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão aplicados na capacitação e mobilização de agentes, aquisição de equipamentos e ampliação da inteligência e fiscalização com o uso de helicópteros, viaturas e lanchas.
Recentemente, a PRF ampliou sua presença nos estados da Amazônia Legal com a lotação de 521 novos policiais e a incorporação de 72 viaturas operacionais com tração integral e capacidade para transporte de equipamentos pesados, essenciais para ações em áreas remotas onde predominam o garimpo clandestino e a extração ilegal de madeira.
O diretor-geral da PRF, Antonio Fernando Oliveira, destacou a transformação do perfil dos criminosos que atuam na região: “A figura do garimpeiro de picareta e bateia na Amazônia foi substituída pelo criminoso armado de fuzil, aparelhado com aviões, helicópteros, balsas, dragas e outros equipamentos milionários. Tudo financiado pelo crime organizado”.
Ele ainda ressaltou o impacto dessas ações: “Além dos imensuráveis, e em muitos casos, irreparáveis danos ao meio ambiente e populações tradicionais, as organizações criminosas levam o terror para aquela região, como trabalho escravo, exploração sexual, tráfico de drogas, armas e toda sorte de crimes. Somente o Estado forte e equipado pode fazer frente a essa ameaça”.
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