Rússia se diz aberta a negociações de paz com a Ucrânia, mas mantém exigências territoriais

O Kremlin declarou neste domingo (20) que está “aberto” para negociações de paz com a Ucrânia, mas deixou claro que só aceitará um acordo que contemple suas exigências de guerra. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que o principal objetivo de Moscou segue sendo a conquista total de suas metas militares.

Peskov disse que Vladimir Putin “deseja alcançar um acordo pacífico o mais rápido possível”, mas reiterou que isso exigirá tempo e esforço, uma vez que a Rússia não abrirá mão do controle das regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia — anexadas ilegalmente em 2022 — além da suspensão do reposicionamento militar de Kiev e do fim da ajuda militar estrangeira à Ucrânia.

Esses termos já foram rejeitados anteriormente pela Ucrânia como “inaceitáveis”. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enviou no domingo uma nova proposta ao Kremlin para retomar as negociações nesta semana, por meio do ex-ministro da Defesa Rustem Umerov, mas até agora Moscou não respondeu.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia dado um ultimato de 50 dias para que Moscou aceitasse um cessar-fogo, sob pena de novas sanções. Peskov classificou essa abordagem como “ultimato, chantagem e ameaça”, frisando que não surtirá efeito. Enquanto isso, tropas russas continuam a avançar em território ucraniano.