Sinalização nas Rodovias: a voz da segurança no trânsito

O caso recente no trevo de Elói Mendes (MG) mostra como a falta de comunicação e sinalização adequada pode transformar uma simples mudança viária em risco para todos.

Trevo de Eloi Mendes BR 491/ Foto: Gazeta de Varginha

Viajar por uma rodovia bem sinalizada é sentir que a estrada conversa com o motorista. Placas, faixas, painéis e dispositivos refletivos formam um verdadeiro sistema de comunicação visual, cuja missão é orientar, advertir e regulamentar o comportamento dos condutores. Essa é a chamada sinalização permanente, responsável por guiar quem trafega com segurança e confiança.

De acordo com o Manual de Sinalização de Rodovias, essa sinalização permanente é composta por placas, painéis, marcas viárias e dispositivos auxiliares, formando um sistema fixo de controle de tráfego. Quando corretamente implantado, esse conjunto de elementos tem a função de ordenar, advertir e orientar os usuários das rodovias, garantindo que a comunicação entre a via e o motorista seja clara, contínua e eficiente.

Para que essa comunicação seja realmente eficaz, a sinalização deve conquistar a atenção e a confiança do motorista, permitindo-lhe tempo suficiente para perceber, interpretar e reagir com segurança. Uma placa mal posicionada, encoberta por vegetação ou com baixa refletividade pode comprometer essa leitura e colocar vidas em risco.

O êxito da sinalização depende de uma série de fatores que compõem o ambiente rodoviário, como as características físicas da via, se é pista simples ou dupla, o número de faixas, a velocidade operacional e até mesmo o tipo de relevo, seja plano, ondulado ou montanhoso. Também é necessário considerar o uso do solo ao redor da rodovia, pois áreas urbanas exigem soluções diferentes daquelas aplicadas em trechos rurais.

Além disso, o emprego de materiais adequados é indispensável. Placas, estruturas de suporte, tintas e elementos refletivos devem seguir as normas da ABNT, garantindo durabilidade, visibilidade e segurança. Esses materiais precisam resistir ao tempo, ao vento e até a possíveis ações de vandalismo, sem se transformar em um novo risco para o usuário da estrada.

O processo de oferecer uma sinalização eficaz envolve quatro etapas fundamentais:

• Projeto: definição dos dispositivos corretos — placas, faixas e painéis — em tamanho, forma, cor e local adequados.

• Implantação: instalação conforme o projeto, respeitando padrões técnicos e as condições específicas de cada trecho.

• Operação: avaliação constante da efetividade da sinalização, promovendo ajustes quando necessário.

• Manutenção: substituição e conservação permanentes para garantir visibilidade e credibilidade.

Esses cuidados garantem que a sinalização cumpra seu papel principal: prevenir acidentes e salvar vidas.

Quando a falta de sinalização se torna risco: o caso do trevo de Elói Mendes (MG)

Nos últimos dias, o trevo de Elói Mendes (MG) tem sido motivo de preocupação entre moradores e motoristas que utilizam a via diariamente. As mudanças recentes no trânsito da região chamaram a atenção não apenas pela alteração no fluxo, mas principalmente pela ausência de sinalização adequada ao longo da rodovia.

Durante reportagem exibida pela EPTV Sul de Minas, a Instrutora Especialista em Planejamento e Gestão de Trânsito, Cristiane Gomes, da R-Sarto Treinamentos e colunista do Gazeta de Varginha, alertou para o risco que a falta de comunicação e de sinalização traz à segurança viária:

“As modificações foram feitas sem aviso prévio à população e sem placas verticais indicando o novo ponto de parada (PARE). Isso coloca os condutores em situações inesperadas, aumentando a chance de colisões e confusões no trânsito”, destacou.

A sinalização é um dos pilares fundamentais da segurança no trânsito. É ela que orienta, organiza e informa, garantindo que condutores e pedestres compreendam as regras e tomem decisões seguras. Quando uma mudança ocorre sem o devido aviso ou sem sinalização clara e visível, todo o sistema de prevenção entra em colapso.

Casos como o de Elói Mendes reforçam a necessidade de integração entre órgãos públicos, engenheiros de tráfego e a comunidade, para que qualquer alteração viária seja comunicada e planejada com responsabilidade.

Na visão da R-Sarto Treinamentos, a prevenção vai além das placas, ela começa na educação, passa pela conscientização dos condutores e se consolida com ações efetivas de segurança viária.

Lembre-se: uma estrada bem sinalizada não é apenas mais bonita, é mais segura. E segurança, no trânsito, começa com respeito à sinalização.

 Por Cristiane Gomes

Instrutora Especialista em Planejamento e Gestão de Trânsito, com formação em Pedagogia, Bacharelado em Administração e curso técnico em Segurança do Trabalho.

Com ampla experiência nas áreas de educação para o trânsito, segurança ocupacional e treinamentos corporativos, é proprietária da R-Sarto Treinamentos, empresa especializada em capacitação profissional e desenvolvimento de programas preventivos.

Atua como colunista da Gazeta de Varginha, abordando temas voltados à prevenção, mobilidade segura e cultura de segurança no trabalho.

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