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Tarifas de Trump podem atingir Minas Gerais; descubra quais setores podem ser impactados

Reprodução
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As recentes declarações de Donald Trump, acusando o Brasil de “cobrar demais dos Estados Unidos”, reacenderam o debate sobre as relações comerciais entre os dois países. Durante o discurso do Estado da União, na última terça-feira (4), o presidente dos EUA afirmou que o Brasil, junto com outros países como União Europeia, China, México e Canadá, impõe tarifas injustas. Como resposta, ele anunciou que tarifas recíprocas começarão a ser aplicadas a partir de 2 de abril.

Desde o retorno de Trump à presidência, ele implementou uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados, afetando diretamente as exportações brasileiras, que somam cerca de US$ 3 bilhões por ano. Diante dessa nova medida, o Brasil, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), já planeja uma série de negociações com o governo dos EUA.

Fabrizio Sardelli Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), analisa as implicações dessas novas declarações para as relações comerciais entre os dois países. Confira a entrevista:

Como estão as relações econômicas entre Brasil e EUA após as declarações de Trump sobre as tarifas brasileiras?

Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e EUA atingiu o segundo maior valor da história, com mais de US$ 80 bilhões. Essa relação comercial é bem equilibrada, com um superávit para os EUA, especialmente em setores de maior valor agregado e conteúdo tecnológico. O Brasil aplica tarifas mais baixas aos EUA devido à integração dos setores como energia, aviões, fertilizantes e medicamentos, com aproximadamente metade das importações dos EUA chegando ao Brasil com tarifa zero. Diante disso, é crucial manter o diálogo entre os governos para aprofundar essa relação vantajosa para ambos os lados.
Quais setores em Minas Gerais podem ser mais prejudicados por essas novas tarifas?

Minas Gerais vive um excelente momento nas relações comerciais com os EUA, com US$ 7,6 bilhões em comércio bilateral em 2024. As importações do estado dos EUA são predominantemente de bens industriais (88%) e também grande parte das exportações de Minas para os EUA, cerca de 67%, também são dessa área. Os EUA são o segundo maior destino e origem das exportações de Minas, ficando atrás apenas da China. Embora os impactos das novas tarifas possam afetar diversos setores, o aço é o principal produto que poderá ser atingido diretamente no estado. No entanto, ainda há negociações em andamento para encontrar um acordo favorável, já que o setor de aço tem um papel estratégico nesse relacionamento bilateral. O Brasil compra matérias-primas, como carvão siderúrgico, e exporta aço semiacabado, insumo essencial para a indústria norte-americana.

Como a Amcham pode contribuir para que as negociações sejam mais eficazes?
Neste momento, é fundamental o alinhamento entre os governos e o setor privado para demonstrar os benefícios da relação comercial atual. A Amcham tem trabalhado para fomentar o diálogo entre os dois países, fornecendo informações sobre comércio, investimentos e tarifas, além de propor uma agenda positiva em áreas como energia, comércio, investimentos e cooperação mineral, entre outras. Acreditamos que esse diálogo contínuo é essencial para superar desafios e ampliar as oportunidades para ambos os países.

Fonte:O tempo

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Gazeta de Varginha

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