top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

TRT-MG mantém justa causa por racismo: trabalhadora chamou colega de ‘Medusa’ por penteado afro

  • gazetadevarginhasi
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura
TRT-MG mantém justa causa por racismo: trabalhadora chamou colega de ‘Medusa’ por penteado afro
Divulgação
TRT-MG mantém justa causa de trabalhadora que chamou colega negra de “Medusa” em referência a penteado afro.

O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) manteve a dispensa por justa causa de uma trabalhadora que ofendeu uma colega negra com apelidos de cunho racista, chamando-a de “Medusa” em alusão ao penteado com tranças afro/dreadlocks.

A decisão foi proferida pela Sexta Turma do TRT-MG, sob relatoria do desembargador Anemar Pereira Amaral, e confirmou a sentença da 6ª Vara do Trabalho de Uberlândia.

Ofensa racista motivou a demissão
De acordo com o processo, o episódio ocorreu durante o expediente, no setor onde ambas trabalhavam. A empregada dispensada teria zombado do cabelo da colega negra, comparando-o às serpentes da figura mitológica Medusa, o que gerou risos entre outras funcionárias.

A vítima ficou abalada, chorou e precisou de atendimento da técnica de segurança do trabalho, que confirmou o seu estado emocional. A empresa comprovou que oferece treinamentos sobre respeito, assédio e discriminação, e que todas as envolvidas participaram dessas ações. Outras funcionárias que participaram da ofensa também receberam a mesma penalidade disciplinar.

Racismo e justa causa
O relator destacou que a justa causa exige prova da falta grave e quebra da confiança entre as partes. Para o magistrado, ficou demonstrado que a trabalhadora praticou ato racista, configurando ofensa à honra da colega e possível crime de injúria racial, previsto na Lei nº 7.716/1989, com redação atualizada pela Lei nº 14.532/2023.

“Demonstrado nos autos que a reclamante proferiu palavras de cunho racista dirigidas à colega de trabalho, caracterizado está o ato lesivo da honra previsto no art. 482, ‘j’, da CLT, que autoriza a dispensa por justa causa”, afirmou o desembargador. Ele ressaltou ainda que “os atos de racismo, dentro ou fora do ambiente laboral, são repugnantes e devem ser combatidos”.

Perspectiva racial no Judiciário
Na decisão, o magistrado também mencionou o Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial, lançado em 2024 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento orienta juízes e juízas a analisarem casos levando em conta o contexto histórico e social do racismo no Brasil, para garantir decisões mais justas e igualitárias.

Segundo o protocolo, magistrados devem observar como o racismo estrutural afeta as relações de trabalho, as oportunidades e o acesso à Justiça, promovendo uma postura mais consciente e reparadora no julgamento de casos como este.

Decisão reafirma combate ao racismo nas relações de trabalho
Com base nas provas apresentadas, o colegiado concluiu que a dispensa foi legítima, proporcional e coerente com a gravidade da conduta. O tribunal negou o pedido de indenização por danos morais feito pela trabalhadora e reforçou que o combate a atitudes racistas é essencial para a proteção da dignidade e da igualdade no ambiente de trabalho.
Fonte: TRT

Gazeta de Varginha

bottom of page