Trump justifica tarifa de 50% contra o Brasil como resposta a “relações comerciais desfavoráveis

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (23) que a nova tarifa de 50% aplicada ao Brasil é voltada para países que “não têm se dado bem” com os EUA. Segundo ele, a medida é uma resposta à falta de abertura para negociações comerciais.

“Temos países que abriram suas portas, mas há muitos que não dá para negociar. Para esses, teremos tarifas entre 15% e 50%. Com alguns, não nos demos bem — e é assim que funciona”, declarou Trump em evento realizado em Washington.

A medida afeta diretamente o Brasil, o único país até o momento taxado com a alíquota máxima de 50%. Em carta enviada ao governo brasileiro, Trump afirma que a decisão visa “corrigir injustiças graves do sistema comercial” e chegou a associar a medida à “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente réu por tentativa de golpe em 2022.

O plano de tarifas foi anunciado em abril como uma forma de equilibrar o comércio internacional e reduzir a dívida americana. Inicialmente, as taxas seriam aplicadas de forma ampla, mas após críticas, Trump suspendeu a aplicação por 90 dias, mantendo um imposto universal de 10% enquanto negociava com os países afetados.

China, Japão, Filipinas, Indonésia, União Europeia, Coreia do Sul e Índia conseguiram acordos comerciais com os EUA e evitaram tarifas mais severas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu Trump, classificando como falsa a ideia de que os EUA estão em desvantagem comercial em relação ao Brasil. Lula defendeu negociações bilaterais, mas afirmou que, se não houver consenso, o país reagirá com base na Lei da Reciprocidade, recentemente regulamentada.