Advogado de BH é acusado de desviar R$ 1,4 milhão de inventário judicial em Minas Gerais

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Um advogado de Belo Horizonte está sendo processado criminalmente por ter, segundo a Justiça, se apropriado indevidamente de R$ 1,4 milhão vinculados a um inventário judicial e perdido toda a quantia em operações de alto risco na Bolsa de Valores. O caso, que teve início em 2023, é atualmente alvo de uma ação penal por apropriação indébita e está em tramitação no Judiciário mineiro.

De acordo com os autos do processo, o advogado foi designado como inventariante para administrar a partilha dos bens de uma mulher falecida, a pedido do ex-marido dela, que residia fora do país. Com o falecimento do ex-companheiro da falecida e a ausência de manifestação imediata dos herdeiros, os valores permaneceram por um tempo em uma conta judicial.

Em dezembro de 2023, o advogado, então responsável pelo inventário, solicitou a transferência do valor para sua conta pessoal, autorizou a retirada e realizou o saque integral dos recursos. A quantia foi usada em operações conhecidas como day trade, nas quais ativos são comprados e vendidos no mesmo dia, aproveitando as oscilações da Bolsa para buscar lucro rápido — uma estratégia altamente arriscada e volátil.

O escândalo veio à tona no início de 2024, quando os sócios do escritório onde o advogado atuava estranharam seu sumiço após o recesso do Judiciário. A firma, que na época gerenciava cerca de 1.500 processos simultâneos, ainda não havia percebido a falta do montante. Ao ser contatado, o advogado confessou ter transferido os R$ 1,4 milhão para sua conta pessoal, investido em day trade e perdido tudo.

Diante da gravidade do caso, o próprio escritório onde ele trabalhava reembolsou os herdeiros com a quantia integral e denunciou o ocorrido à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público.

Com isso, foi instaurado um inquérito para apurar os crimes de apropriação indébita qualificada e possível lavagem de dinheiro.