Homem é preso acusado de matar companheira e forjar colisão em rodovia de Minas
gazetadevarginhasi
há 7 horas
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Divulgação
PCMG prende suspeito de feminicídio que tentou simular acidente de trânsito na MG-050
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na manhã desta segunda-feira (15/12), um homem de 43 anos suspeito de matar a companheira, de 31 anos, e tentar simular um acidente de trânsito para ocultar o crime. O caso ocorreu no domingo (14/12), na rodovia MG-050, nas proximidades de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
Inicialmente, a ocorrência foi registrada como acidente automobilístico. No entanto, com o avanço das investigações, surgiram indícios de que a vítima já estava morta antes da colisão, o que levou a Polícia Civil a reclassificar o caso como feminicídio.
O casal morava no bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte, e mantinha relacionamento há cerca de um ano. De acordo com as apurações, o suspeito teria colocado a mulher no banco do motorista e provocado a colisão do veículo, que seguia no sentido Belo Horizonte–Divinópolis, contra um ônibus. O homem sofreu apenas ferimentos leves, recebeu atendimento médico e deixou o hospital após recusar internação.
Denúncia foi decisiva
As investigações tiveram início após denúncia feita por uma funcionária de uma praça de pedágio por onde o veículo passou momentos antes do acidente. Segundo o chefe do 7º Departamento da Polícia Civil, delegado Flávio Destro, o relato foi fundamental para o esclarecimento do crime.
“A atendente estranhou o fato de a vítima estar desacordada no banco do motorista, enquanto o companheiro, no banco do passageiro, conduzia o veículo ao alcançar o volante. Mesmo alertado, ele recusou ajuda e seguiu viagem”, afirmou o delegado.
Pouco tempo depois, ocorreu a colisão. Com base nas imagens e nas informações repassadas, familiares da vítima acionaram a Polícia Civil, que iniciou as diligências.
Prisão em flagrante
Durante a apuração, os investigadores identificaram inconsistências entre a dinâmica do acidente e as lesões apresentadas pela vítima, reforçando a suspeita de que ela já estivesse morta antes da colisão. As equipes da Polícia Civil em Divinópolis passaram a monitorar o suspeito, que acabou preso em flagrante durante o velório da vítima, em um cemitério do município.
Confissão e versão apresentada
Inicialmente, o empresário negou o crime e afirmou que a companheira teria passado mal dentro do veículo. Posteriormente, durante os procedimentos policiais, confessou o feminicídio e apresentou sua versão dos fatos.
Segundo o relato, o casal teria discutido na noite anterior no apartamento, em Belo Horizonte. Durante a viagem para Divinópolis, a vítima teria iniciado agressões, causando arranhões no rosto e no braço do suspeito. Ele alegou que se defendeu empurrando a companheira e que, após novas discussões, pressionou o pescoço dela com o braço e uma das mãos, deixando-a desacordada. Ainda conforme a versão apresentada, a vítima teria recobrado a consciência e assumido a direção do veículo até a colisão.
Laudo pericial
De acordo com o médico-legista Rodolfo Ribeiro, o laudo de necropsia reforçou a hipótese de simulação do acidente. O exame apontou que a morte pode ter ocorrido antes da colisão, possivelmente por estrangulamento, associado a lesões compatíveis com traumatismo craniano.
“Na análise inicial, realizada com a informação de acidente de trânsito, foram identificados hematomas na região frontal e hemorragia encefálica. Com a nova suspeita, um exame mais detalhado revelou sinais de asfixia por constrição cervical externa, evidenciados por alterações hemorrágicas na região do pescoço”, explicou o legista.
Investigação continua
Segundo o delegado João Marcos do Amaral Ferreira, responsável pelo caso, a prisão em flagrante foi ratificada com base nos elementos reunidos. “As imagens, depoimentos e laudos periciais preliminares demonstram que a morte ocorreu antes do acidente e que houve tentativa de simular uma colisão contra um ônibus para mascarar o crime”, afirmou.
As investigações continuam para o completo esclarecimento dos fatos. Materiais apreendidos, incluindo aparelhos celulares, serão submetidos à análise pericial.